A decisão do Conselho Nacional de Política Monetária (Copom) do Banco Central de continuar elevando a taxa básica de juros (Selic) tem levado os investidores a voltar a atenção às oportunidades em renda fixa.
“Com a alta volatilidade do mercado de renda variável neste período de pandemia, a renda fixa é a opção mais segura. Mas a elevação dos juros melhorou também a rentabilidade, tornando esta modalidade de investimento mais atrativa”, explica Renato Andrade Negrão, Head de Produtos Digitais do Banco Bari.
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Renda Fixa
Primeiro, é importante entender por que, após seis anos realizando cortes sucessivos na taxa Selic, o Copom decidiu novamente elevá-la, movimento iniciado em março. Em maio, houve nova elevação, de 0,75 ponto percentual, e a taxa básica de juros passou para 3,5% a.a.
“O principal motivo que tornou necessária a elevação é a aceleração da inflação. O IPCA acumulado entre abril de 2020 e março de 2021 ficou em 6,10%, indicando que a meta inflacionária do ano poderá ser ultrapassada. Este movimento de elevação dos juros pode não ter parado por aqui e algumas projeções já indicam a Selic ultrapassando 6% a.a. em dezembro”, alerta Negrão.
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Juros
Quando um movimento de elevação dos juros acontece, os investidores voltam a olhar com mais atenção para aplicações indexadas a juros ou a outros indicadores, com uma taxa de juros como prêmio.
Bons exemplos são as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Neste cenário, em que há tendência de crescimento das taxas de juros, a melhor estratégia é investir em títulos de renda fixa pós-fixados indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é a taxa das transações entre os bancos. Negrão detalhe, que, desta forma, a aplicação acompanhará a curva de juros crescente.
Bancos
O especialista lembra que, em um ambiente como o atual, os bancos calibram quase que diariamente as taxas oferecidas por seus investimentos. Por isso, é importante fazer uma comparação antes de investir, aproveitando ofertas mais vantajosas.
“A rentabilidade oferecida pelos bancos menores ou digitais costuma ser significativamente maior do que a dos bancos tradicionais. Por isso, vale a pena pesquisar”, explica.
Dicas
- Uma carteira de investimentos ideal deve ter diversificação de aplicações de renda fixa ou variável, conforme o perfil, idade e objetivos do investidor;
- A parcela dos investimentos voltada para situações de emergência deve ficar concentrada em aplicações de renda fixa, com liquidez diária ou prazos de vencimento mais curtos (3 meses, por exemplo). Assim, se precisar resgatar recursos, não haverá perda de rentabilidade;
- Na hora de aplicar, vale comparar não apenas a rentabilidade oferecida, mas verificar se o investimento é isento ou não do Imposto de Renda. Isto porque a taxação pode reduzir significativamente o rendimento líquido. Um bom exemplo são as Letras de Crédito Imobiliário, que não pagam imposto. Ou seja: o retorno do investimento será integral;
- Há aplicações de renda fixa tão seguras quanto a caderneta de poupança, mas que oferecem melhor rentabilidade. Uma boa pedida é verificar se a aplicação tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). É o caso de LCIs e, também, dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) até o limite de R$ 250 mil por CPF em um mesmo banco.