Vendas no Comércio frustram com a queda de 1% em maio

Redução de lojas físicas mexeu com o resultado

O setor varejista amargou queda de 1% nas vendas para maio no comparativo mensal. Com esse resultado, o acumulado em 12 meses foi de 0,8% e 1,3% no ano de 2023. Quando à comparação é interanual, o índice caiu 1,0% frente ao mês de maio do ano passado, no que seria a primeira taxa negativa depois de nove meses no azul.

A Pesquisa Mensal de Comércio – PMC, divulgada hoje (14) pelo IBGE, mostrou também que em oito atividades pesquisadas, quatro marcaram taxas positivas e quatro negativas.

As quedas foram registradas em hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com o segmento recuando ou 3,2%, depois do ganho de  3,6% em abril. “Este é um setor que representa mais de 50% da fatia de todas as informações coletadas pela PMC. Além disso, a atividade vem de uma aceleração em abril, em um fenômeno que serviu para estancar as quedas anteriores”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Para o pesquisador, a conjuntura pressionou o consumidor a fazer opções, que acabaram se concentrando no consumo em hiper e supermercados em abril, o que mudou agora em maio. “É uma espécie de rebote, onde a escolha do consumidor pareceu ser de consumir menos nessa área e consumir mais em outras atividades”, complementa.

Também houve recuo em outras três atividades: tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%). Cristiano explica que esses três setores têm sido afetados pela redução de lojas físicas de grandes cadeias. E que nem o dia das mães, data que costuma aquecer o comércio em maio, conseguiu reverter o efeito.

Já entre as altas, destaque para o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com de 2,3% em maio. “Embora venham de sucessivos crescimentos, as vendas nessa atividade aceleraram no mês, provavelmente impactadas pelo dia das mães”, explica Santos.

As demais três atividades que apresentaram taxas positivas no mês foram: livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas também apresentou queda em maio: 1,1%.

A atividade de veículos e motos, partes e peças cresceu 2,1%, enquanto o setor de material de construção teve queda de 0,9%.  A média móvel trimestral foi de 0,1%.

Já no confronto contra maio de 2022, o crescimento é de 3% quinto mês consecutivo de variações positivas. O comercio varejista ampliado acumula alta de 3,1% no ano. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação é de 0,2%.

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