Transportes e Alimentação ajudam a queda da inflação em junho

Preços nos automóveis novos usados também contribuíram

Com a inflação em queda de 0,08% em junho, divulgada hoje pelo IBGE, o grupo alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%).

Conforme a pesquisa, as quedas do item alimentos ocorreram em óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já a alimentação fora do domicílio (0,46%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,58%), em virtude das altas menos intensas do lanche (0,68%) e da refeição (0,35%).

“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica André Almeida, analista da pesquisa.

Transportes e os preços

Em Transportes (-0,41% e -0,08 p.p.), o resultado deve-se ao recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%). Destaca-se, ainda, o resultado de combustíveis (-1,85%), com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.

“Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca o analista.

Ele explica ainda a redução nos preços dos automóveis: “O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 p.p. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados.”

Habitação e os preços

Já para a alta do grupo Habitação (0,69%), a maior contribuição (0,06 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,43%), seguida pela taxa de água e esgoto (1,69%). Em ambos os casos, houve reajustes aplicados em algumas áreas de abrangência da pesquisa. Por outro lado, houve queda nos preços de gás encanado (-0,04%), devido a reduções tarifárias, e do gás de botijão (-3,82%).

Destaca-se, ainda, o resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,11%), que foram influenciados pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente de reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Em relação aos índices regionais, apenas cinco áreas apresentaram alta em junho. A maior variação foi em Belo Horizonte (0,31%), que foi marcada pela energia elétrica residencial (13,66%). Já a menor variação foi registrada em Goiânia (-0,97%), influenciada pelas quedas de 5,40% na gasolina e de 4,83% na energia elétrica residencial.

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