Na B3, bolsa do Brasil, os títulos de renda fixa corporativos, que incluem debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e notas comerciais, somaram valor de R$ 1,2 trilhão em estoque no terceiro trimestre de 2022. O número é 59% maior do que o registrado no mesmo período de 2021.
As debêntures foram os títulos que registraram maior volume no período. O estoque do produto chegou a R$ 996,9 bilhões, o que representa aumento de 59% em relação ao terceiro trimestre de 2021, quando o estoque era de R$ 626,5 bilhões. Comparado ao segundo trimestre de 2022, o estoque de debêntures cresceu 18%.
Outro destaque no período foram as notas comerciais. O estoque saltou de R$ 30,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021 para R$ 65,4 bilhões, crescimento de 112%.
“Em um cenário de taxas de juros mais altas, os investidores passam a diversificar mais as suas carteiras, procurando rentabilidade nos títulos de renda fixa. Com isso, as empresas que utilizam o mercado para captarem recursos por meio dos títulos de dívidas corporativas têm a oportunidade de emitir mais títulos e atrair mais investidores”, explica Fábio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3.
Os títulos voltados para os setores imobiliário e agronegócio também registraram aumentos significativos. O estoque de CRIs alcançou R$ 135 bilhões no terceiro trimestre do ano, um aumento de 42% em comparação ao mesmo período de 2021, enquanto o estoque de CRAs chegou a R$ 95,6 bilhões, um aumento de 57%. Em comparação com o segundo trimestre de 2022, o crescimento no estoque foi de 18% em CRIs e 25% em CRAs.
Mercado Secundário
O mercado secundário de títulos corporativos seguiu a mesma tendência positiva de crescimento do primário e registrou um crescimento de 37% em relação ao mesmo período de 2021, atingindo o patamar de R$ 2,1 bilhões de média diária de negociação.
As debêntures continuam sendo as protagonistas, registrando negociação diária de R$1,5 bilhão na média, um crescimento de 37%. Destacasse também o crescimento dos CRIs, um incremento de 49% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado e uma negociação média diária acima de R$300 milhões.
“Percebemos novos participantes acessando o mercado de crédito corporativo em busca de diversificação do portfólio e participantes habituais aumentando sua exposição, o que se reflete no crescimento robusto do mercado secundário brasileiro de crédito privado.” explica Afonso Rossatto, superintendente de Renda Fixa da B3.
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