Tesouro dos EUA sofre ataque de hackers apoiados por governo estrangeiro, diz Reuters

Um sofisticado grupo de hackers apoiado por um governo estrangeiro roubou informações do Departamento do Tesouro dos EUA e de uma agência norte-americana responsável por decidir a política em torno da internet e telecomunicações, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

“O governo dos Estados Unidos está ciente desses relatórios e estamos tomando todas as medidas necessárias para identificar e remediar quaisquer possíveis problemas relacionados a esta situação”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Ullyot.

Hackers

Segundo a Reuters, há preocupação na comunidade de inteligência dos EUA de que os hackers que visaram o Departamento do Tesouro e a Administração Nacional de Telecomunicações e Informações do Departamento de Comércio usaram uma ferramenta semelhante para invadir outras agências governamentais, de acordo com três pessoas informadas sobre o assunto.

O problema foi tão sério que levou a uma reunião do Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca no sábado, disse uma pessoa a par do assunto.

Hackers do TSE

A Polícia Federal deflagrou dia 28 a Operação Exploit com o objetivo de prender os membros do grupo hacker Cyberteam, que assumiram a autoria aos ataques aos bancos de dados e servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 15 de novembro, data do primeiro turno da Eleições 2020.

Foram cumpridos três mandados de prisão e de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais, e mais um em Portugal, com apoio das autoridades locais. O líder do grupo, cidadão português conhecido como “Zambrius”, disse em entrevista ao Estadão antes de ser preso que não é um criminoso: “sou uma boa pessoa”, afirmou.

Segundo fontes do Estadão, Zambrius foi o hacker preso em Portugal, mas ainda não há informações sobre o quais seriam as possíveis penas para o criminoso, considerando que ele não é um cidadão brasileiro. Zambrius já foi preso em outras ocasiões por ataques hacker a outras instituições e estava proibido de sair de casa, usando inclusive uma tornozeleira eletrônica.

A Cyberteam, segundo outras teams e pesquisadores sec, nunca foi um grupo de relevância: usava e abusava de vulns antigas para alcançar fama. Nunca houve uma “prova” de habilidades relevantes o suficiente

Ao Estadão, Zambrius, de 19 anos, disse que não foi pago por ninguém para atacar o TSE e que sua intenção era simplesmente revelar vulnerabilidades da instituição brasileira, não tendo motivações político-partidárias. Ainda assim, o ataque ajudou a alimentar teorias conspiratórias e a divulgação de notícias falsas sobre a legitimidade das Eleições 2020, bem como das urnas eletrônicas. Candidatos derrotados aproveitaram a situação para questionar o pleito publicamente, mesmo sem qualquer indício de que a contagem dos votos tenha sido comprometida.