Suzano (SUZB3) vende terras e florestas para Bracell; Paraguai avança em projetos de celulose

A Suzano (SUZB3) anunciou acordos com a fabricante de celulose especial Bracell para venda de terras, florestas e madeira, em uma transação que totaliza cerca de R$ 1 bilhão voltada a reduzir o endividamento da companhia.

Segundo a Reuters, as terras estão localizadas no Estado de São Paulo, onde a Bracell tem fábrica e está investindo em um projeto de expansão que tem conclusão prevista para 2021.

SUZB3: os imóveis

Os imóveis envolvem 21.066 hectares na região central do Estado de São Paulo dos quais “parte” será vendida e o restante referem-se a contratos de arrendamento da Suzano.

O acordo inclui florestas já estabelecidas e as em crescimento e compromisso de aquisição “de volume de madeira adicional”, informou a Suzano em comunicado ao mercado sem dar detalhes.

“A transação está alinhada com o plano de desalavancagem da companhia…e confirma a disciplina financeira adotada pela Suzano”, afirmou a empresa.

Celulose

O Paraguai entrou na fila de projetos de celulose, elevando a oito o número de fábricas que já estão em construção ou podem ser instaladas nos próximos anos somente na América do Sul.

De acordo com o Valor Econômico, ao câmbio atual os investimentos superam a marca de US$ 18 bilhões, dos quais pouco mais de US$ 10 bilhões no Brasil, e consolidam a região como principal polo produtor da matéria-prima no mundo.

Diante de tanta celulose, investidores e produtores iniciaram a corrida por vagas a partir do fim de 2022, motivados pela percepção de que a fila terá de ser reorganizada para evitar sobreoferta e pressão prolongada sobre os preços.

2021

De 2021 em diante, considerando-se só projetos sul-americanos, a adição de capacidade em celulose de eucalipto (fibra curta) e solúvel pode chegar a 14,8 milhões de toneladas, o equivalente a 1,3 vez o tamanho atual da Suzano, que é de longe a maior produtora mundial da fibra de eucalipto.

Excluídos os projetos de celulose solúvel – da LD Celulose e da Bracell, que na realidade terá uma linha “flex” no interior de São Paulo -, a capacidade adicional seria de 11,5 milhões de toneladas anuais, praticamente uma Suzano e equivalente a um terço do consumo anual de celulose de fibra curta atualmente.

Além do impacto na oferta, os novos projetos tendem a achatar a curva de preços da celulose, já que os custos de produção serão cada vez mais competitivos.

Veja SUZB3 na Bolsa: