Superávit da Balança Comercial foi de US$8,9 bi

Exportação cresceu 7,4 % e a importação caiu 11,6 % em 12 meses até setembro

O superávit da balança comercial de setembro, no valor de US$ 8,9 bilhões, superou o de igual período em 2022 (US$ 3,7 bilhões), o que vem ocorrendo continuamente desde maio do corrente ano. No acumulado do ano até setembro, o saldo, no valor de US$ 71,3 bilhões, já é o maior na série histórica anual da balança comercial. Os números são do ICOMEX da FGV/Ibre e apresentados nesta quinta-feira (19).

“Como observado em relatórios anteriores do ICOMEX a melhora do superávit da balança comercial no corrente ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e redução no volume importado, pois os preços tem caído para os dois fluxos. Igual comportamento é observado para os resultados da balança comercial de setembro”, disseram os técnicos da FGV/Ibre no relatório.

O volume exportado cresceu 7,4 % e o importado caiu 11,6 % na comparação interanual do mês de setembro entre 2022 e 2023; e, os preços caíram 7,6% (das exportações) e 11,6 % (das importações). No acumulado até setembro, o mesmo comportamento se repete: volume exportado cresceu (8,9%) e o importado caiu (2,7%); e, os preços exportados (8,0%) e importados (9,2%) caíram. Em termos de valor, as importações reduziram em 11,7% e as exportações 0,1%, na comparação entre os acumulados do ano até setembro.

As commodities lideram o comportamento das exportações brasileiras, o que está associado ao desempenho dos setores de agropecuária e extrativa. Os dois setores responderam por 48% das exportações brasileiras em setembro. “Ademais, se somarmos os produtos classificados como commodities mas que estão na indústria de transformação (suco de laranja, gasolina, entre outros), chega-se ao percentual de 74%”, citaram.

Os resultados para o mês de setembro mostram aumento de 12,7% no volume exportado e de 10,9% na comparação do acumulado do ano até setembro. As não commodities registraram queda tanto na comparação mensal (9,4%) ou no acumulado do ano (1,7%).

O comportamento cíclico acentuado da agropecuária é esperado pela sazonalidade das safras, em especial da soja, principal produto do setor”, pontuaram. Em setembro a soja explicou 50,5% das exportações do setor e 11,6% das exportações totais do Brasil. A indústria extrativa apresenta índices menores, mas com tendência crescente e a de transformação, os menores índices ao longo dos anos analisados.

Demais resultados

O volume exportado caiu 7,6% entre os meses de setembro de 2022 e 2023, sendo a queda das não commodities do setor em 13,3% e das commodities de 1,1%. Na comparação entre os acumulados do ano até setembro, o volume exportado da indústria de transformação caiu 1,1%. O volume exportado pela agropecuária cresceu 45,2% (base mensal) e 22,4% (acumulado do ano) e o volume da extrativa, 21,5% (mensal) e 20,2% (acumulado do ano).

Na comparação interanual de setembro de 2022 e 2023, a maior queda foi na extrativa (12,8%), seguida da transformação (10,4%) e agropecuária (6,5%). No acumulado do ano até setembro, a liderança coube ao setor de agropecuária, queda de 18,6%, seguido da extrativa (5,9%) e a transformação (1,5%). A queda de preços é generalizada em todos os setores com registro de maior recuo na extrativa, 33,4% (mensal) e 29,2% (acumulado do ano).

As importações de bens de capital aumentam em 51,3% entre os meses de setembro de 2022 e 2023 para a agropecuária e recuam 10,5% para a transformação. No acumulado do ano cresce 47,0% para a agro e 6,7% para a transformação. O bom desempenho da agropecuária esse ano com estimativa de aumento do produto em 13,4% segundo a projeção do modelo Ibre, em agosto do corrente ano, explica esse resultado.

A importação de bens intermediários cai para a transformação na comparação mensal (18,5%) ou do acumulado do ano (7,7%) e aumenta para a agropecuária na mensal (29,5%) e cai no acumulado do ano (2,7%). No caso da indústria de transformação, o resultado reflete o baixo nível de atividade do setor e na agropecuária, fatores sazonais e câmbio apreciado podem ter influenciado o menor volume de compras no primeiro semestre.

As diferenças nos resultados nas importações de bens de capital nos levam a analisar o comportamento da série em anos anteriores. O comportamento do índice total e da transformação caminham juntos, pois cerca de 98% a 99% do total das importações de bens de capital é realizada pela indústria de transformação.

Os resultados mais recentes mostram entretanto, um aumento da participação da agropecuária, 2,3% em 2022 e 3,4% no acumulado do ano até setembro de 2023.

A ultrapassagem do nível do índice da agropecuária em relação ao da transformação, em 2022, é explicada pelas altas taxas de crescimento das importações de bens de capital pela agro em relação aos da transformação, em especial a partir de 2017.

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