O Sicredi, sistema de crédito cooperativo, atingiu em fevereiro a marca de R$ 100 bilhões para a carteira de crédito concedido a associados.
O volume representa crescimento de 32,8% em relação ao que tinha um ano antes. Esse avanço contou com a ajuda, nos últimos meses, de programas oficiais de estímulo ao crédito para atenuar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia.
A maior parte da carteira, ou R$ 46,9 bilhões, corresponde a associados pessoa física, dos quais 31% direcionados à agricultura familiar.
Outros R$ 35,2 bilhões ficaram com pessoas jurídicas, sendo 63% para micro, pequenas e médias empresas. Os R$ 17,9 bilhões restantes foram destinados a um grupo denominado pessoa física urbana, entre os quais 43% possuem renda de até R$ 4 mil.
Sicredi: investimentos
O banco deve investir neste ano mais de R$ 200 milhões na abertura de mais 250 agências no Brasil. Parte delas ficará em municípios do Espírito Santo, Estado onde a instituição financeira cooperativa ainda não tem presença física, segundo nota.
Em 2020, o Sicredi atingiu 2 mil unidades em todo o País, após a inauguração de 150 agências, mais concentradas em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Amazonas e Paraíba.
“A atuação em grandes centros urbanos e em regiões mais remotas tem permitido ao Sicredi fomentar a competitividade no sistema financeiro nacional e, ao mesmo tempo, promover a inclusão financeira, um dos principais desafios da atualidade no Brasil”, disse a instituição no comunicado.
O número de associados atualmente supera 4,5 milhões. O Sicredi está presente em mais de 1.400 municípios de 23 Estados, além do Distrito Federal. Em mais de 200 cidades, é a única instituição financeira fisicamente presente.
O projeto de expansão abrange aumento da presença física e investimentos em soluções digitais, segundo o presidente do Conselho de Administração do Sicredi (SicrediPar) e integrante do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU), Manfred Alfonso Dasenbrock. “O conceito que trabalhamos é o ‘fisital’, no qual as soluções digitais apoiam o relacionamento físico.”
Na nota, o Sicredi cita estudos que apontam benefícios da presença física de cooperativas de crédito em pequenos municípios brasileiros. Um deles, “Benefícios do Cooperativismo de Crédito: impacto sobre a bancarização”, mostra que as cooperativas têm mais capacidade de prover serviços financeiros em regiões mais isoladas e rurais do que bancos tradicionais.
Enquanto os bancos buscam, em média, no mínimo 8 mil habitantes para instalar uma agência em um município, cooperativas como as do Sicredi operam em cidades com a partir de 2,3 mil habitantes, conforme informações divulgadas na nota.
“O relacionamento mais próximo, característica predominante no cooperativismo de crédito, nos permite conhecer melhor os associados, suas reais necessidades e das regiões onde eles vivem. É daí que vem a nossa capilaridade e capacidade de alavancar o crescimento econômico local”, afirmou Dasenbrock no comunicado.
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