A Selic pode chegar a 9,5% ao final de 2024 no ritmo de queda de 0,50 pontos percentuais prosseguindo até julho de 2024. Essa é a estimativa do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA, que considera os 11,75% ao final desse ano.
“O cenário externo e a desinflação da economia doméstica abrem espaço para o Banco Central manter o ritmo de redução nas próximas reuniões, mas esse quadro favorável não exime o monitoramento dos riscos, sobretudo os fiscais” afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
Com relação à inflação, o grupo reduziu a estimativa para o IPCA em 2023 de 4,6% para 4,5%, portanto em um patamar inferior ao teto da meta de inflação estipulada para este ano (4,75%). Para 2024, a projeção passou de 3,8% para 3,9%.
No cenário externo, uma das questões discutidas é quando o Federal Reserve, o banco central norte-americano, deve iniciar o ciclo de queda dos juros, se já no primeiro trimestre ou apenas em meados de 2024. Os economistas avaliam que o cenário atual está com menor aversão a riscos, o que favorece os países emergentes, sobretudo Brasil, México e Índia. Ainda assim, a percepção é de que haverá um menor crescimento global.
No câmbio, a projeção para o dólar ao final deste ano se manteve em R$ 5,00, o que corresponde a uma apreciação de 4,2%. Já para 2024, o grupo reduziu a previsão de R$ 5,02 para R$ 5,00.
Para o PIB, a previsão de crescimento neste ano passou de 2,9% para 3,0% e, para 2024, de 1,55% para 1,60%. A avaliação é que a desaceleração que vem ocorrendo desde julho tem sido menor do que o previsto, porém suficiente para reduzir a inflação corrente.
Na análise da política fiscal, o Grupo Consultivo Macroeconômico elevou as projeções para o déficit primário de 2023 de 1,0% do PIB para 1,4% e, no próximo ano, de 0,75% para 0,80%. Já as previsões para a dívida bruta ficaram em 75,5% do PIB neste ano e em 78,6% ao final de 2024.
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