O saldo total da carteira de crédito em novembro deve apresentar crescimento de 1,8% ante outubro, o sétimo avanço mensal seguido, de acordo com a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban.
Caso a estimativa se confirme amanhã (23), quando o Banco Central divulgar a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito, o crescimento em 12 meses passará de 14,5% para 15,2%, o maior ritmo de expansão desde setembro de 2013 (+15,7%).
CRÉDITO: as estimativas
As estimativas são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, dependendo da linha, de 39% a 90% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
“Os resultados mostram, mais uma vez, uma forte expansão do crédito, agora liderada pela carteira com recursos livres, que vem reagindo à melhora da atividade. O destaque deve ser o ganho de tração da carteira pessoa física, impulsionada pelo aumento do consumo das famílias, especialmente das linhas cíclicas, como o cartão de crédito e a aquisição de veículos. Nosso levantamento revela que a carteira com recursos livres deve mostrar alta de 2,2% no mês e de 16,5% em doze meses, um ritmo de expansão que continua na casa dos dois dígitos e é bem expressivo”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.
CRÉDITO: carteiras
A carteira pessoa jurídica livre, por sua vez, deve crescer 1,7% no mês, mantendo a expansão anual acima dos 20% pelo nono mês consecutivo, em 24,1% em novembro.
A pesquisa também aponta que, ainda que mais contida, a carteira com recursos direcionados também deve avançar, 1,2% no mês, acelerando em 1,0 ponto percentual o ritmo de expansão em doze meses, de 12,3% para 13,3%.
A carteira de pessoas físicas deve seguir apresentando um crescimento consistente, de 1,2% no mês, e de 10,9% na comparação anual, impulsionada pela expansão dos financiamentos imobiliários, que crescem de maneira expressiva no atual contexto de baixas taxas de juros.
A carteira pessoa jurídica direcionada, por sua vez, deve seguir em expansão, estimada em alta de 1,2% no mês, ainda favorecida pelos programas públicos de crédito, acelerando para 17,1% sua expansão em 12 meses, maior patamar desde outubro de 2014 (+17,2%).
Concessões
Segundo a Pesquisa Especial de Crédito, as concessões devem apresentar crescimento mensal de 8,5% em novembro, embora com ligeira desaceleração no ritmo de expansão no acumulado em 12 meses, de 7,5% em outubro para 7,2% em novembro.
A expansão no mês deve ser puxada pelas concessões com recursos direcionados às empresas, que devem apresentar alta de 59,4%. O resultado reflete uma recomposição do volume de concessões após o forte recuo no mês de outubro (-54,4%), impactado pelo fim da 3ª fase do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
De acordo com o levantamento, em novembro, a alta deve ser impulsionada pelo PEAC-FGI (Programa Emergencial de Acesso a Crédito, que conta com amparo do Fundo Garantidor para Investimentos), fazendo com que a linha siga acelerando a já expressiva expansão no acumulado em 12 meses, para 84,1% (ante 72,4% em outubro), maior ritmo da série histórica (iniciada em março de 2011).
Concessões PJ
As concessões PJ com recursos livres também devem mostrar avanço no mês, de 9,1%. Assim, as concessões destinadas às empresas devem crescer 14,1% em novembro, com leve desaceleração na visão acumulada em 12 meses (13,4% ante 13,8%).
Já as concessões para as famílias devem mostrar alta mensal de 4,0%, com ligeira aceleração na visão acumulada em 12 meses, de 1,9% para 2,0%, após 8 meses seguidos de retração nesta métrica. O resultado reflete uma melhora da linha com recursos livres (+5,9% no mês), que tem respondido à retomada da atividade, embora ainda insuficiente para avançar na visão acumulada, mantendo-se estável em -0,1%.
Apesar de ainda contido, o resultado sinaliza uma recuperação, após o volume de concessões despencar no período crítico da crise. As concessões pessoa física com recursos direcionados, por sua vez, devem retrair 7,4% em novembro, impactadas pela sazonalidade desfavorável do crédito rural, embora mantenham um bom ritmo na visão acumulada, avançando 19,8%.
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