O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro ficou em R$15,2 trilhões (146,2% do PIB), com redução de 0,5% no mês. Os números são do Banco Central do Brasil – BCB e são referentes ao mês de julho
A pesquisa revelou que essa variação ocorreu, principalmente, com o recuo de 2,1% no saldo da dívida externa, associada à apreciação cambial de 1,6%. Se comparado com o resultado interanual, o crédito ampliado entrou em desaceleração a partir de março, com alta de 12 meses de 7,0%, ante 7,8% registrado em junho deste ano.
Crédito para Empresas
O crédito ampliado para empresas ficou em R$5,2 trilhões (49,9% do PIB), queda de 0,8% no mês. A contração foi de 2,0% na dívida externa. Na comparação com julho de 2022, a expansão de 6,2% refletiu o aumento de 24,7% em títulos de dívida.
O crédito ampliado às famílias alcançou R$3,6 trilhões (34,3% do PIB) em julho, com expansão de 0,4% no mês e expansão de 11,3% em 12 meses, em função do incremento nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional – SFN.
Operações de crédito do SFN
O saldo das operações de crédito do SFN atingiu R$5,4 trilhões em julho, queda mensal de 0,2%. Esse resultado decorreu, basicamente, da queda de 1,1% no saldo das operações de crédito com Pessoas Jurídicas, que atingiu R$ 2,1 trilhões, em contraposição ao crescimento de 0,4% no das realizadas com pessoas físicas, R$ 3,3 trilhões.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o saldo das operações de crédito do SFN subiu 8,2% (9,2% em junho), queda desde meados de 2022.
Por segmento, na comparação interanual, os saldos de crédito para empresas e famílias também registraram diminuição no ritmo de expansão, com altas de 2,7%, ante 3,5%, e de 12,1%, ante 13,2%, na ordem.
O saldo das operações de crédito com recursos livres atingiu R$ 3,2 trilhões, redução de 0,8% no mês e crescimento de 5,5% em 12 meses.
Já o crédito livre para empresas totalizou R$1,3 trilhão em julho, com declínios de 2,3% no mês e de 0,6% comparativamente ao mesmo mês de 2022. Ressalte-se as diminuições das carteiras de desconto de duplicatas (-7,6%), após movimento sazonal de expansão ocorrido no mês anterior, antecipação de faturas de cartão de crédito (-12,8%), capital de giro total (-1,0%), cartão de crédito rotativo (-36,1%) e adiantamento de contratos de câmbio – ACC (-2,2%).
O saldo de crédito com recursos livres às famílias somou R$1,8 trilhão em julho, alta de 0,3% no mês e de 10,4% em em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho teve como peso as carteiras de cartão de crédito à vista, financiamento para a aquisição de veículos e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público, com aumentos de 1,2%, 0,7% e 0,4%, respectivamente.
O saldo de crédito com recursos direcionados atingiu R$ 2,2 trilhões, com elevações de 0,7% no mês e de 12,5% em doze meses. Esse resultado decorreu da evolução das carteiras de crédito às PJ e às PF, que registraram crescimentos mensais de 1,0% e 0,6%, respectivamente, e de 9,0% e 14,3% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, na mesma ordem.
Contratações Nominais de Crédito
As novas contratações nominais de crédito somaram R$488,0 bilhões em julho. Com ajuste, a alta foi de 0,7%, com expansão de 2,6% nas contratações pactuadas com as famílias em contraposição a redução de 3,6% nas com as empresas.
Para 12 meses acumulados até julho, as novas contratações nominais subiram 7,8%, com incrementos de 3,3% no crédito a PJ e de 11,6% no crédito à PF. As concessões médias diárias em julho deste ano registraram queda de 5,4% em relação a junho.
A taxa média de juros das novas concessões em julho caiu 0,3 p.p. no mês e aumentou 1,7 p.p. em 12 meses ao atingir 31,4% a.a. O spread bancário das novas concessões atingiu 21,9 p.p., com redução de 0,1 p.p. no mês e incremento de 3,1 p.p. comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
Custo do Crédito
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, ficou em 2,5% a.a., redução de 0,1 p.p. no mês e aumento de 1,7 p.p. em 12 meses.
A inadimplência do crédito total do SFN manteve-se estável no mês, situando-se em 3,6%. Por segmento, a inadimplência aumentou 0,1 p.p. para a carteira de PJ e permaneceu estável na carteira de PF situar-se, respectivamente, em 2,7% e 4,2%.
No crédito livre, a inadimplência alcançou 5,0% em julho, alta mensal de 0,1 p.p. Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito às pessoas jurídicas atingiu 3,3%, com aumento mensal de 0,2 p.p. concentrado na carteira de desconto de duplicatas e recebíveis (+0,9 p.p.). Na carteira de crédito livre às pessoas físicas, a inadimplência diminuiu 0,1 p.p. no mês, totalizando 6,2%.
O endividamento das famílias ficou em 48,3% em junho, queda de 0,5 p.p. no mês e de 1,6 p.p. em 12 meses. Nas mesmas bases de comparação, o comprometimento de renda subiu 0,2 p.p. em junho e 1,5 p.p. em 12 meses, situando-se em 28,3%.
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