Especialistas do mercado financeiro comentam a expectativa acerca da votação da reforma previdenciária
Hoje, acontece a votação em 2º turno da Reforma da Previdência, a medida tramita desde 2016, porém teve breve pausa em 2018. A votação em 1º turno aconteceu no dia 02 de outubro deste ano e o texto-base foi aprovado com 56 votos. A Reforma, com os ajustes no texto, pretende gerar uma economia de R$ 800 bilhões. Porém, para que o texto passe, é necessário que haja pelo menos 49 votos, dos 81 senadores que votarão. A equipe do Ministro da Economia, Paulo Guedes, deve acompanhar a votação e a expectativa é que seja aprovada sem maiores alterações.
Para Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, apesar do mercado confiante, restam dúvidas sobre possíveis ajustes no texto a ser aprovado. “Embora o mercado já esteja confiante, é possível que ainda haja algum ajuste para que a reforma previdenciária seja promulgada”, afirma. Bergallo aponta que o mercado está ansioso, já que a espera ultrapassa 14 meses. “Temos um dia importante, já que o mercado espera há mais de 14 meses”. Para o Diretor de Câmbio, a votação em 2º turno da matéria representa o fim de um processo importante para o país. “É o fim de um processo que é muito importante para a economia do Brasil”, finaliza.
Para André Alírio, Economista e Operador de Renda Fixa da Nova Futura Investimentos, a Reforma é positiva para o mercado, já que representa uma solução para a economia e aponta que o mercado já antecipou os benefícios da aprovação. “A Reforma é positiva para os mercados, isso porque é uma solução. Além disso, o mercado já antecipou boa parte dos benefícios da aprovação”, afirma. Alírio pontua que a crise do presidente Jair Bolsonaro com seu partido, o PSL, pode gerar tensão sobre a aprovação do texto. “Diante do conflito do PSL e uma falta de articulação das lideranças, é um tanto preocupante, mas a aprovação em si deve contrastar com estes conflitos internos atuais”. Para André, o ponto principal que permitiu a queda da estimativa da economia gerada pela matéria, que no início era maior que R$ 3 trilhões, foi a falta de articulação das lideranças. “A estimativa da economia gerada foi diminuída com o passar do tempo, isso exatamente pela falta de articulação destas lideranças”, finaliza o Economista.
Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, aponta que a Reforma já foi precificada pelo mercado. “Em partes, a Reforma está precificada pelo mercado”. Laatus pontua que a expectativa do mercado sobre a votação atual não é de fato pela aprovação, já que há certa confiança, mas sim por possíveis alterações. “Expectativa do mercado é se vai passar com ou sem alterações, pois a Reforma já está praticamente aprovada”, aponta. Para Laatus o mercado deve reagir bem caso haja aprovação sem maiores alterações. “Se não houver nenhuma desidratação, o mercado deve reagir bem, mas sem grandes comemorações”, finaliza o Estrategista-Chefe do Grupo Laatus.