A queda na arrecadação federal em 2020 pode ser considerada um “resultado excelente”, diante das estimativas no início da pandemia de covid-19, disse ontem (25) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao comentar a arrecadação do ano passado, que caiu 3,75% em termos nominais e 6,91% em valores corrigidos pela inflação, ele reafirmou que os números mostram que a economia está em recuperação.
Em rápido discurso na apresentação dos dados, o ministro lembrou que, em maio, a arrecadação chegou a cair 32% em relação ao mesmo mês do ano anterior, descontada a inflação. De lá para cá, ressaltou Guedes, as receitas do governo iniciaram um processo de recuperação até registrar crescimento de 3,18% na arrecadação de dezembro na comparação com dezembro de 2019.
“A arrecadação é um dos indicadores do ritmo de crescimento da economia brasileira. A economia brasileira voltou em V [forte queda seguida de forte alta]”, declarou o ministro. Guedes acrescentou que a recuperação econômica se expressará de forma mais intensa no emprego formal, dizendo acreditar que o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a ser divulgado na quinta-feira (28), mostrará que as perdas de vagas com carteira assinada no início da pandemia foram revertidas.
Guedes: diferimento
Sobre o diferimento (adiamento) de cerca de R$ 85 bilhões em tributos concedidos durante a pandemia, o ministro disse que o governo federal recuperou mais de R$ 60 bilhões. Na avaliação de Guedes, essas medidas ajudaram a enfrentar a pandemia e estimularam a recuperação da atividade econômica.
A Receita divulgou estimativa de que faltam R$ 20,8 bilhões para serem recuperados, mas Guedes explicou, sem dar detalhes, que a diferença deverá ficar em torno de R$ 8 bilhões. Esse valor pode ser alcançado com pagamentos que serão feitos em 2021 e com a atualização da previsão de impacto de R$ 85 bilhões, que teriam sido superestimadas pelo Fisco.
Vacinação
O ministro comentou ainda o início da vacinação contra a covid-19. Depois de saudar os profissionais da saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Butantan e as Forças Armadas, Guedes disse que a imunização “garante o retorno seguro ao trabalho” e é imprescindível para a retomada da economia.
“Temos dias melhores pela frente. A vacinação em massa é decisiva, fator crítico para bom desempenho da economia”, declarou o ministro. Guedes reafirmou a confiança no governo e disse ser testemunha de que o governo está comprando todas as doses de todas as vacinas autorizadas. “Espero que todos auxiliem esse processo de vacinação em massa, temos logística e capacidade para isso”, disse o ministro.
O ministro falou ainda sobre a reforma tributária. Guedes disse que a agenda foi travada por “interdições”, mas prometeu destravar a pauta logo após o retorno às atividades no Congresso e trabalhar para simplificar e reduzir impostos.
- Só clique aqui se já for investidor