Quarta dose de vacina contra a Covid é “necessária”, alerta Pfizer

Companhia dobrou de receita, viu seu lucro disparar no meio da pandemia e espera mais alta

Uma quarta dose da vacina contra Covid-19 será necessária, afirmou Albert Boula, CEO da Pfizer (PFIZ34). Em entrevista à rede de televisão americana CBS, o executivo disse acreditar que isso é importante para manter as hospitalizações controladas e a doença em níveis “fracos”. As ações reagem bem aos comentários feitos sobre a quarta dose, com alta de 5,01% na manhã desta segunda-feira (14).

“A proteção que você ganha de uma terceira dose é boa o suficiente, boa para hospitalizações e morte. Mas não é tão boa contra infecções e não dura tanto tempo. Vamos enviar nossos dados ao FDA (Food and Drug Administration, a Anvisa americana) e também vamos ver o que os especialistas fora da Pfizer dizem. O que vemos é que é necessária uma quarta dose de reforço, agora mesmo”, afirmou Boula. O Brasil já vem aplicando quarta dose para diversos grupos, como os imunosuprimidos, assim como outros países, como Israel, Chile e Alemanha.

As variantes da Covid, um vírus de mutação muito rápida, continuam aparecendo e, no caso da Omicron, consegue escapar parcialmente da cobertura vacinal, o que fez com que os números de casos explodissem e as mortes não acompanhasse de maneira proporcional. Boula afirmou que a empresa está trabalhando em uma nova versão da vacina, que consiga proteger igualmente contra todas as variantes e que também tenha uma duração maior.

Os comentários de Boula causaram controvérsia, afinal, é um vendedor de um produto determinando que o produto é necessário. A Pfizer teve ganhos de US$ 37 bilhões, cerca de R$ 185 bilhões, apenas com a vacina de Covid em 2021, fazendo com que as suas receitas disparassem para US$ 81,3 bilhões ano passado. A companhia espera ganhar ainda mais este ano, com as doses de reforço e o remédio contra casos Paxlovid. O lucro do ano passado foi de US$ 22 bilhões, mais que o dobro dos US$ 9,1 bilhões em 2020 – quando não havia vacina.

Com esses números, a Pfizer tem sido constantemente acusada de lucrar com a pandemia e abusar de sistemas públicos de saúde – o Brasil é um grande consumidor das vacinas, que tem sido as escolhas preferenciais na terceira dose.

A companhia se tornou um dos grandes nomes da indústria e sua marca está mais forte do que nunca – antes, era excessivamente associada ao Viagra -, e sua vacina, inquestionavelmente, salvou milhões de vidas ao redor do mundo e fez com que a pandemia chegasse a um nível controlado. Se os números e a ciência mostrarem que a vacina é necessária de maneira anual ou semestral, não tem questionamento: cabe os governos executarem as estratégias de vacinação para garantir o controle da pandemia.

Há pressões ao redor do mundo, porém, para que, no caso a vacina se torne anual ou semestral, o lucro seja zerado ou que a patente seja quebrada, permitindo a fabricação em massa em diferentes países. A vacina foi fortemente financiada pelo setor público. A BioNTech, recebeu € 100 milhões do Banco de Investimentos Europeu e € 375 milhões do governo alemão.

A Astrazeneca (A1ZN34), outra empresa que também desenvolveu sua vacina, havia feito uma promessa para não lucrar com ela. Excelente marketing, mas as fortes reações após a vacina acabaram ficando associados com o nome da companhia. A Pfizer, por sua vez, lucrou bastante e ainda teve ganho de marca – e se você quer lucrar junto com ela, basta com os BDRs disponíveis na B3.

Para ficar de olho no seu dinheiro, entre nos nossos grupos de WhatsApp e receba notícias do mercado em tempo real, além de materiais, relatórios e outras informações que vão te ajudar a investir melhor e guardar mais dinheiro.

covidpfizervacinação