Produção industrial teve variação de 0,4% entre julho e agosto, com nove dos 15 locais pesquisados com taxas positivas. Os maiores avanços vieram do Amazonas (11,5%), do Espírito Santo (5,2%) e do Rio Grande do Sul (4,3%). Os três estados haviam recuado no mês anterior. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional e foram divulgados hoje pelo IBGE.
São Paulo (3,0%), estado que responde por cerca de 33% da produção industrial do país, também avançou em agosto e exerceu a maior influência positiva sobre o resultado nacional. “Essa alta vem após dois meses seguidos de queda, período em que a indústria paulista acumulou perda de 3,3%. O aumento se dá pela influência dos setores de produtos químicos, alimentícios e de veículos. No mês anterior, o setor de veículos apresentou retração e o crescimento de agosto representa um movimento compensatório”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Com o crescimento expressivo de agosto, o maior desde dezembro de 2021 (13,4%), a produção industrial do Amazonas recupera parte da perda de 13,7% acumulada nos dois meses anteriores. O estado foi o segundo que mais impactou o índice nacional. “O Amazonas encabeça a lista de estados com maior variação absoluta na passagem de julho para agosto. Os setores que mais se destacaram foram os de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e de outros equipamentos de transporte, que são bastante atuantes dentro da indústria amazonense”, pontua.
Já o Espírito Santo (5,2%) voltou a crescer após a queda de 1,7% em julho. “Esse avanço teve como maior influência os resultados positivos do setor extrativo, que também impactou o recuo no mês anterior. Como a indústria capixaba é pouco diversificada, esse setor tem grande peso na formação industrial do estado”, destaca o pesquisador.
No Rio Grande do Sul (4,3%), o avanço de agosto interrompeu uma sequência de três meses de redução, com queda acumulada de 1,6% no período. “Na indústria gaúcha, o crescimento se deve aos setores de veículos e de derivados de petróleo. Assim como ocorreu em São Paulo, o segmento de veículos apresenta um movimento compensatório, uma vez que houve queda no mês anterior. É um movimento estratégico dentro da própria atividade para equilibrar a oferta e a demanda”, diz.
As produções industriais dos seguintes estados também cresceram na comparação com julho: Paraná (3,5%), Rio de Janeiro (1,7%), Goiás (1,0%), Mato Grosso (0,6%) e Santa Catarina (0,5%).
Maiores recuos
Do lado das quedas, os maiores destaques em agosto foram o Pará (-9,0%), que recuou pelo terceiro mês consecutivo, e a Bahia (-4,1%), pelo segundo mês. “O Pará foi o principal impacto negativo sobre o resultado da indústria nacional, tendo como maiores influências os setores extrativos e de minerais não metálicos. A indústria do estado também é pouco diversificada e quando há uma maior variação no setor extrativo, há uma variação expressiva do setor industrial paraense como um todo”, analisa Bernardo.
Em relação à Bahia, o pesquisador destaca que as maiores influências vieram dos setores extrativo e de derivados de petróleo. Os outros locais que também recuaram frente a julho foram Ceará (-3,8%), Pernambuco (-1,7%), Região Nordeste (-1,4%) e Minas Gerais (-0,7%).
Indústria avança em 11 de 18 locais na comparação com agosto de 2022
A indústria avançou 0,5% frente a agosto do ano passado, com crescimento em 11 dos 18 locais pesquisados. Dois estados tiveram ganho de dois dígitos nessa comparação: Rio Grande do Norte (49,8%) e Espírito Santo (26,3%).
A indústria gaúcha foi impulsionada pelos bons resultados do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, óleos combustíveis e querosenes de aviação), enquanto a capixaba teve o impacto das indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural).
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