Produção Industrial avançou em 10 dos 15 Estados pesquisados. Com a variação de 0,1% na produção industrial nacional ficou positiva na passagem de setembro para outubro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional mostradas hoje pelo IBGE.
Os maiores avanços individuais vieram de Pernambuco (12,4%), Bahia (8,1%) e Região Nordeste (4,2%), enquanto São Paulo (0,6%) registrou a segunda maior influência no resultado mensal, atrás apenas do estado baiano.
“Na Bahia, o setor de derivados do petróleo foi a principal influência positiva no mês em outubro, seguido por de produtos químicos e alimentos. Avaliando conjuntamente os resultados dos três meses anteriores, onde acumulou queda de 12,1%, o que podemos inferir sobre a indústria baiana. Essa foi a mesma atmosfera conjuntural que observamos dentro da produção industrial nacional, com a taxa de juros ainda em patamar elevado”, avalia o analista da PIM Regional, Bernardo Almeida.
Isso impacta diretamente a cadeia produtiva, que segue a passos moderados, visto que encarece o crédito e recai diretamente sobre os investimentos, diminuindo o ritmo da produção.
O pesquisador do IBGE salienta ainda que os juros em termos elevados também afetam a demanda, diminuindo o consumo das famílias, sendo um efeito que ocorre não somente na indústria baiana, mas também na indústria nacional.
A indústria paulista, responsável por cerca de 33% da produção industrial nacional, apresentou alta de 0,6% em outubro. “O setor farmacêutico e o de máquinas, aparelhos e materiais elétricos influenciaram positivamente esse resultado. Vale salientar ainda que, com o avanço de 0,6%, a indústria paulista está 1,7% abaixo do seu patamar pré-pandemia. Mesmo obtendo esse avanço, é possível observar nitidamente que São Paulo ainda está aquém do seu nível de produção pré-pandemia.
Almeida frisa que os resultados recentes da indústria de São Paulo, sobre a qual o setor de veículos automotores exerce importante influência, é possível perceber como os fatores conjunturais explicados pela indústria nacional impactam em um comportamento mais oscilante da indústria local. Esse setor lida com a depreciação de seus produtos e, conforme os mesmos ficam parados ou estocados, perdem valor com o tempo.
“Portanto, em um ambiente de demanda arrefecida por causa de uma taxa de juros elevada, um excesso de oferta nesse setor pode levar a uma significativa depreciação no valor do volume produzido e estocado. Com isso, conseguimos observar um comportamento com um ritmo de produção moderado, justamente para acompanhar essa conjuntura na qual oferta e demanda precisam se equilibrar”, completa.
Já o maior avanço para o mês veio de Pernambuco, que assinalou alta de 12,4%. “Em outubro, percebemos uma mudança sobre os resultados da indústria pernambucana, com o setor de derivados de petróleos, de alimentos e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos exercendo os maiores impactos para a indústria pernambucana. Esse resultado eliminou parte da perda acumulada nos últimos quatro meses, que foi de 18%. Não é possível dizer que esse resultado representa um princípio de recuperação, mas, sim, um movimento compensatório da indústria local”, explica o analista.
Do lado das quedas, Espírito Santo (-3,1%) e Amazonas (-2,6%) mostraram os recuos mais intensos na produção nesse mês, com ambos marcando o segundo mês seguido de queda na produção e acumulando nesse período perdas de 7,9% e 8,6%, respectivamente. Já o Rio de Janeiro, com queda de (2,0%), foi a principal influência negativa no resultado mensal.
Comparativo com 2022
Na comparação com outubro de 2022, o setor industrial cresceu 1,2% em outubro de 2023, com resultados positivos em 12 dos 18 locais pesquisados. Vale citar que outubro de 2023 (21 dias) teve 1 dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (22).
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