Em reunião com investidores realizada nesta segunda-feira (25), o atual presidente da Eletrobras (ELET6), Wilson Ferreira Junior, afirmou que deixará a presidência por frustração com o plano de privatização do governo.
O executivo ressalta que suas observações sobre o problema são totalmente pessoais. Assim como, a privatização não ganhou “tração” graças a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“Minha avaliação sobre o andamento da privatização se deve a declarações que foram feitas”, acrescentou a respeito do posicionamento de Rodrigo Pacheco (DEM), candidato à presidência do Senado, sobre atrasar o plano.
Renuncia à presidência
Neste domingo (24), em comunicado ao mercado, a Eletrobras anunciou a saída de Wilson Ferreira Junior, atual Presidente da Companhia e membro do Conselho de Administração, alegando motivos pessoais.
Após quatro anos na presidência, o executivo deverá desocupar o cargo até o dia 5 de março. Durante o período de transição, a empresa anunciará seu sucessor.
Eventualmente, Ferreira Junior irá comandar a BR Distribuidora, maior distribuidora de combustíveis do país, e continuará ocupando uma cadeira no Conselho de Administração da Eletrobras.
Governo Bolsonaro
O ex-presidente, Michel Temer (MDB), nomeou Ferreira Junior a chefia da estatal em junho de 2016. No entanto, por apoiar a privatização da companhia, o mesmo permaneceu no comando após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em contrapartida, o ministro da Economia, Paulo Guedes, manifestou frustração com a agenda de privatizações do governo, que previa a venda de nove empresas.
Privatização da Eletrobras
Durante sua gestão, Ferreira Junior defendeu a privatização da estatal e prometeu que o plano seria cumprido ainda este ano. Contudo, o processo está parado no Congresso desde o final de 2019.
Ainda mais, na última quinta-feira (21), o atual candidato à presidência do Senado apoiado por Bolsonaro, Rodrigo Pacheco, disse que a privatização da Eletrobras não teria foco em sua gestão. Com efeito, após a declaração as ações da empresa caíram 6,15% (PNB) e 5,15% (ON).
“Ela pode ser mais competitiva, crescer mais, ocupar mais espaço, se for capitalizada. Além disso, a companhia venderia energia em condições melhores do que hoje”, contrapôs o presidente da empresa.