Os preços da indústria têm alta de 1,11% em setembro frente a agosto, o segundo ganho mensal consecutivo. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula -7,92% em 12 meses. O índice acumulado no ano chegou a -5,43%. Essa é a menor taxa acumulada no ano já registrada para um mês de setembro desde o início da série histórica, em 2014.
Em setembro de 2023, 13 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preço quando comparadas ao mês anterior. Em agosto, 10 atividades haviam apresentado variações positivas de preço em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo IBGE.
As atividades industriais com as variações de preço mais expressivas no resultado de setembro foram refino de petróleo e biocombustíveis (8,28%), bebidas (-5,09%), indústrias extrativas (3,86%) e impressão (1,78%). Já as maiores influências vieram de petróleo e biocombustíveis (0,85 p.p.), indústrias extrativas (0,19 p.p.), bebidas (-0,13 p.p.) e outros produtos químicos (0,12 p.p.).
“Assim como ocorreu no mês passado, em setembro observamos um aumento nos preços de refino, que é o segundo setor de maior peso na indústria brasileira. Ele só fica atrás de alimentos, cuja variação recente não a coloca entre as quatro mais expressivas”, explica Alexandre Brandão, analista do IPP.
O setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi o destaque de setembro, mostrando a maior variação e exercendo o maior impacto no índice do mês. Trata-se da variação mais intensa na comparação mensal, a terceira maior no acumulado no ano e a segunda mais alta no acumulado em 12 meses. Em termos de influência, ficou em primeiro lugar na comparação com o mês anterior e no acumulado no ano, e em segundo no acumulado em 12 meses.
“O comportamento dos preços do refino está diretamente ligado à alta de preços do óleo bruto de petróleo, que vem aumentando no mundo todo por causa da recente diminuição da produção”, acrescenta Alexandre.
Com a segunda maior variação e terceira influência mais significativa em setembro, o setor de bebidas teve a variação negativa mais intensa desde o início da série histórica, em 2014. Os três produtos de maior peso na atividade, “cervejas e chope” (55,35%), “refrigerantes” (29,87%) e “xaropes para bebidas com fins industriais” (11,74%) apresentaram variação negativa, o que mostra um comportamento generalizado de queda de preços. “Além de um reposicionamento de preços, os custos no setor estão caindo. Logo, há margem para queda de preços”, observa Alexandre.
Já a atividade de indústrias extrativas ficou com a terceira posição no ranking de maiores variações e em segundo lugar entre as influências. De acordo com Alexandre, esse resultado é explicado pelo aumento de preços do óleo bruto de petróleo. “A redução da oferta global de petróleo, provocando alta de preços, tem desdobramentos na indústria brasileira”, lembra ele.
Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de agosto para setembro repercutiu da seguinte forma: 0,37% de variação em bens de capital (BK); 1,81% em bens intermediários (BI); e 0,22% em bens de consumo (BC), sendo que a variação vista nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,01%, enquanto nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 0,26%.
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