Fundos de investimento monoativo, como o próprio nome declara, são fundos que investem em um único ativo que, na maior parte dos casos, é uma única ação de uma empresa. São vários os fundos que só investem em Petrobras (PETR4), por exemplo, e mais nenhuma outra empresa entre as centenas disponíveis na B3.
Antes de avançar nessa discussão, é muito importante saber como são classificadas as formas de gestão dos fundos de investimentos. Existem duas, a Gestão Passiva e a Gestão Ativa.
Gestão Passiva: um fundo é classificado como gestão passiva quando o portfólio deste acompanha algum índice previamente formulado ou tem um mandato específico de investir em apenas um ativo. Exemplo: um fundo que replica a composição do Ibovespa, que investe apenas em Petrobras ou Tesouro Selic (LFT).
Gestão Ativa: um fundo classificado como gestão ativa trabalha proativamente na composição do portfólio, seja ele de renda fixa, multimercado, fundos imobiliários ou ações. Esses fundos são geridos, em sua maioria, por gestores experientes e times amplos e especializados em cada setor ou mercado de atuação.
Para ser justo, existem sim motivos para se investir em um fundo desse tipo, porém vou colocar um contraponto cada dos três motivos a seguir:
Você não pode investir diretamente no ativo por algum motivo regulatório
Dentre todos os motivos para investir em um fundo monoativo, esse é um dos poucos que fazem sentido, tendo em vista que é uma restrição legal.
Um desses casos é uma Pessoa Jurídica que quer investir em Tesouro Direto, Tesouro Selic (LFT) por exemplo, e não pode. Um fundo passivo de Tesouro Selic faz bastante sentido desde que tenha baixa taxa de administração.
Por outro lado, quando você investe em fundos monoativo de Renda Variável, você não está contratando qualquer tipo de inteligência, apenas pagando uma taxa de administração para ter exposição a uma determinada ação, como a Petrobras.
A atitude mais inteligente nessa situação seria buscar fundos que possuem exposição a determinada ação, mas que possuam um portfólio diversificado, para diminuir o risco específico desta ação. Uma excelente alternativa são fundos passivos, indexados ao Ibovespa, por exemplo, com baixa de taxa de administração.
Independentemente da sua escolha, quando for investir em fundos passivos, a coisa mais importante é investir em fundos com a menor taxa de administração possível, dado que o gestor não precisa de aplicar nenhuma inteligência de alocação, apenas executar o operacional.
Você não sabe usar o Home Broker e tem medo de cometer algum erro
Esse é um motivo muito comum pela qual muitos investidores deixam muito dinheiro em taxa de administração para fundos passivos que praticamente não empregam qualquer inteligência de alocação.
Para esse sintoma, só tem um remédio: a educação financeira. Atualmente existem diversos portais educação financeira, como 1Bilhão, conteúdo gratuito na internet, tanto de corretoras, como de influenciadores e diversas fintechs, como o Carteira Global, que buscam facilitar a vida do investidor através de ferramentas descomplicadas.
Investir é uma jornada e por isso os aprendizados são constantes. O primeiro passo é o mais difícil, mas se você começar hoje, com pouco dinheiro, você vai se surpreender o quanto você consegue aprender em pouco tempo.
Você não tem tempo e não quer acompanhar o mercado
Não posso negar que os fundos de investimento facilitam a vida do investidor ao fazer todo o trabalho para seus cotistas. Porém, como tudo na vida, temos que ponderar os esforços de fazer sozinho ou delegar esse trabalho para um gestor.
No caso de uma gestão ativa, que consistentemente supera seus benchmarks, como CDI e o Ibovespa, e possui uma inteligência de alocação diversificada, é justo pagar 2% ao ano de taxa de administração. Essa pessoa está, de fato, acompanhando o mercado diariamente, coisa que você talvez não esteja disposto.
Agora, quando se trata de uma gestão passiva, esses mesmos 2% me parecem caros para um trabalho estritamente operacional. O gestor não está gastando tempo acompanhando o mercado, está apenas executando tarefas repetitivas.
Nesse cenário, para aqueles que não querem ter trabalho para investir, existe a figura do assessor de investimento e corretoras que atuam justamente para facilitar e educar o investidor.
Com uma conta em uma corretora, você consegue facilmente comprar uma ação, por menos de R$ 10, e “esquecê-la” por lá, assim como você faria ao investir em um fundo daquela ação. O único ponto de atenção é ficar atento ao recebimento de proventos, que podem ser reinvestidos na própria ação ou não. A parte boa é que a escolha é tua.
Sabe por que vale a pena? Veja:
Comparei o desempenho de 4 fundos passivos monoativos da Petrobras (PETR3) versus a rentabilidade da própria ação com dividendos reinvestidos, nos últimos 2 anos – basta clicar aqui. O gráfico fala por si só.
*Gabriel Cantu é CEO do Carteira Global, o melhor comparador de ativos do mercado – e a melhor forma de você tomar decisões cada vez mais embasadas