Ainda que o cenário econômico apresente uma série de desafios para as varejistas no campo da inflação e dos juros, a Lojas Americanas (LAME3 e LAME4) teve um certo alívio recentemente.
Nesta segunda-feira (18), as ações da varejista decolaram quase 28%, chegando a R$ 6,33 e R$ 6,41. Já os papéis da Americanas S.A, tiveram uma elevação de 4,33%, indo para R$ 39,07.
Na manhã do mesmo dia, a empresa havia comunicado que estava em fase de análise para uma possível combinação de negócios com a Americanas S.A (AMER3), controladora da varejista. Além disso, a companhia informou que planeja negociar seus papéis na bolsa norte-americana em breve.
Por que as ações dispararam?
Em suma, os papéis da Lojas Americanas decolaram após o anúncio de uma possível reorganização societária com a sua controladora, a Americanas S.A.
Além disso, a varejista revelou um de seus grandes planos para os próximos meses: listar-se no mercado dos Estados Unidos, seja na Bolsa de Nova York ou na Nasdaq. Por outro lado, a mesma também apontou uma possível entrada no Novo Mercado, o segmento de maior governança corporativa da B3.
Reorganização societária
A Lojas Americanas está listada na Bolsa de Valores brasileira desde 2006. No entanto, em meados de junho de 2021, a empresa B2W se transformou em Americanas S.A, fazendo com que a varejista passasse a ter dois papéis negociados no mercado.
Sendo assim, antes de ir para fora do país, os próximos anseios da Americanas é fazer a fusão entre ambas as suas companhias no Brasil.
“Foi identificada uma oportunidade de eventual reorganização societária anterior à listagem internacional, combinando, no Brasil, as respectivas bases acionárias das companhias na B3”, explicou a empresa.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a combinação de negócios deve acontecer antes da solicitação de listagem internacional da empresa. Posto que, a Lojas Americanas ainda não se decidiu onde irá entrar.
O que o mercado achou?
Em suma, os analistas do Bradesco BBI se surpreenderam com a jogada da companhia. Isso porque o movimento deve melhorar a governança corporativa da Americanas, que ficará com apenas uma ação na Bolsa de Valores.
Dado que a principal motivação é a melhora na governança corporativa, analistas do banco afirmam que ficaram surpresos em ver injustiça aos minoritários. Contudo, ainda não existem detalhes de como tudo irá ocorrer.
De acordo com o Itaú BBA, essa movimentação é bastante benéfica para as ações da Lojas Americanas, Afinal, após a integração da B2W nos ativos da companhia, as ações LAME3 e LAME4 se transformaram em “empresas de fachada”.
“Com essa combinação, acreditamos que esse desconto pode deixar de existir. Nesse caso, esperaríamos que LAME3 e LAME4 subissem 40% e 31%, respectivamente”, apontou o Itaú BBA.