O Pix, sistema do Banco Central (BC) para pagamentos eletrônicos, encerrou a primeira semana de abertura nos cadastros com 24, 8 milhões de chaves.
Segundo a autoridade monetária, o app será lançado no dia 16 de novembro.
Levantamento do jornal O Globo mostra que o número cresceu rápido. Na segunda-feira, 5 de outubro, primeiro dia de registros, 3,5 milhões de chaves Pix foram cadastradas, número que o Banco Central considerou um sucesso.
Já no segundo dia, o número total pulou para 10 milhões. Na quarta-feira, 16,6 milhões e na quinta, 21,1 milhões.
Cada pessoa física pode ter até cinco chaves por conta da qual for titular. Já uma pessoa jurídica, tem o limite de 20 chaves.
O registro
O registro pode ser feito quando o correntista quiser, mesmo após o lançamento do Pix. Esses primeiros dias são apenas o início do cadastramento.
A chave não será necessária para utilizar o sistema, mas o Banco Central recomenda o registro para facilitar o uso pelos clientes.
Na avaliação do economista sênior do Bmg, Gilmar Lima, o resultado de 24.8 milhões na primeira semana indica que o Pix foi bem recebido, principalmente porque é gratuito para pessoas físicas e funciona 24 horas por dia.
“Essa é a primeira grande medida tecnológica da agenda do Banco Central e para mim e para quem eu conversei, meus pares, é inegável o sucesso da adesão”, disse ao jornal.
A “chave Pix” funciona como a identificação do usuário dentro do sistema. A ideia é que agilize todo o processo de pagamentos e transferências, exigindo menos informações de quem vai receber os recursos.
TED
Atualmente, no caso do TED, são exigidos dados como agência, conta, CPF e nome do beneficiário.
O Pix pede apenas uma das seguintes informações: CPF ou CNPJ, e-mail, número de celular ou chave aleatória alfanumérica.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, concorda que o número de adesões parece ser um sucesso.
Para ele, o brasileiro costuma receber bem as mudanças tecnológicas por ter uma população, economia e sistema monetário jovem.
“A gente tem que entender essa mudança de comportamento da sociedade, não só da sociedade brasileira, como da sociedade global, que é exatamente essa relação com mobilidade digital, ou seja, os serviços via mobile. Tem uma coisa em particular que o brasileiro consegue se adaptar muito rapidamente aos sistemas de tecnologia, questão do mobile principalmente, basta ver o que a gente tem de transferência por celular, por internet”, disse.
Open Banking
Segundo os especialistas, essa grande adesão ao Pix também pode apontar para que o open banking, projeto do Banco Central previsto para entrar em funcionamento depois do Pix, seja bem aceito pela sociedade.
O novo sistema permitirá o compartilhamento de informação dos clientes dos bancos. Dessa forma, o BC espera que cada pessoa possa ter acesso a serviços com melhores taxas e prazos.
A ideia é que com mais informações disponíveis, a competição entre bancos e fintechs será maior e, as condições dos serviços para os clientes, melhores.
“Provavelmente será bem aceito, mas o open banking precisa ser bastante esclarecido. A pessoa precisa entender que ela tem que autorizar o compartilhamento dos dados dela, porque tem muita gente achando que vai ser um compartilhamento de dados de forma banalizada”, declarou.
Já para Gilmar Lima, “não há dúvida” de que os números do Pix apontam para uma adesão grande ao open banking.
“O open banking é como se fosse a etapa final de todo esse processo de abertura do mercado bancário promovido pela agenda do Banco Central”, frisou.
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