A eventual aprovação pelo governo do chamado “diesel verde” da Petrobras (PETR4) para compor a mistura de biodiesel poderia levar a uma ociosidade de indústrias do biocombustível que resultaria em falência de empresas do setor, avaliou nesta segunda-feira (14) o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Segundo a Reuters, o pleito da Petrobras para compor o mandato obrigatório de biodiesel no diesel, atualmente em 12%, não faz sentido, visto que a petroleira a princípio processaria 5% de óleo vegetal com o diesel, disse o presidente da Abiove, André Nassar.
Oportunismo
Para ele, há “oportunismo” nesta discussão, em momento em que a Petrobras procura vender cerca de metade de sua capacidade de refino no país, ao mesmo tempo em que a empresa busca formas de reduzir sua pegada de carbono e se tornar ambientalmente mais sustentável.
Nassar disse ainda que a petroleira pode “roubar” mercado de biodiesel, caso receba um “favor” do governo para participar do mandato obrigatório com um produto que não é biodiesel.
Fóssil
Ele disse que o “diesel verde” é uma mistura de diesel com óleo vegetal hidrogenado, que assim fica com características de diesel fóssil.
A discussão no governo sobre a regulamentação do chamado “diesel verde” ocorre em momento em que o setor de biodiesel também está em transição, com o governo tendo anunciado na semana passada mudanças no modelo de compra de biodiesel, até agora realizada em sistema da Petrobras, por meio de leilões públicos. Essas alterações seriam realizadas até o início de 2022.
Modelo
O presidente da Abiove afirmou que há sinalização “muito clara” de uma mudança completa no modelo de biodiesel.
Ele declarou que o setor está “confortável” com o modelo de biodiesel atual e disse que está preparado para “longas” negociações em 2021.
Veja PETR4 na Bolsa:
- Acesse o Telegram do 1Bilhão.