Os analistas do ModalMais/AP Exata divulgaram a Pesquisa Semanal com os internautas para saber qual a opinião o Governo de Jair Bolsonaro. A pesquisa foi realizada entre 18 de abril até essa sexta-feira 22/04.
A inteligência Artificial da AP Exata, que contabiliza os números, recebeu um novo treinamento esta semana, baseado na média das últimas pesquisas eleitorais.
Popularidade do Governo ….
Nesta sexta-feira, 49,8% das pessoas consideram o Governo Ruim/Péssimo. Até 29,3% classificam como Bom/Ótimo e 21% avaliam como Regular.
Esta semana o volume de pessoas que veem a gestão federal como boa/ótima e regular ultrapassou o percentual dos que avaliam como ruim/péssima. Foi a primeira vez que isso ocorreu, desde setembro de 2021. Esse dado consolida o crescimento da aprovação ao governo Bolsonaro, que vem ocorrendo desde janeiro deste ano.
Caso Daniel Silveira e a nova crise institucional …..
Ao conceder a graça a Daniel Silveira, Bolsonaro deflagrou uma guerra ao STF, por classificar a decisão da corte como inconstitucional. A crise institucional deflagrada deu aos bolsonaristas motivos de comemoração, uma vez que há tempos enxergam o Supremo como adversário.
No entanto, perfis comuns entenderam o ato do PR como autocrático e até mesmo ditatorial. A oposição foi além nas críticas, e está consolidando a narrativa de que Bolsonaro planeja um golpe de Estado, conforme for o resultado das eleições, e diz que esse plano envolve a descredibilização total do STF e de seus ministros.
Defensores do PR enxergam o contrário e entendem que o decreto preserva a Constituição e impede que um parlamentar seja punido por crime de opinião.
Nesse imbróglio político-institucional, os dados revelam que o caso Daniel Silveira serviu como estímulo retórico do bolsonarismo, mas encontra dificuldades em ter a aprovação de perfis fora da bolha militante. A aprovação do PR, que atingiu um pico de 53% após o anúncio da graça, em menos de 24h voltou a patamares pré-crise.
Há ainda o risco de que o caso se estenda e prejudique a ascensão na aprovação do governo. Uma vez que a radicalização do discurso presidencial nunca ajudou na melhoria de imagem da gestão, funcionando justamente de forma oposta.
Crise Interna no PT……..
As desavenças internas na cúpula da campanha de Lula vazaram para a imprensa, deixando claro que o partido tem batido cabeça e está com dificuldades de encontrar uma estratégia que consiga estancar o rápido crescimento da campanha bolsonarista.
As divergências do PT colocam em causa até mesmo decisão de Lula, como a escolha de Alckmin para vice. A militância lulista se incomoda com essas alianças e não embarca nas narrativas pretendidas pelo presidente.
Em um ambiente dicotômico, tentar passar a ideia de frente ampla se mostra ineficaz para o PT. Os conflitos esquerda X direita são estimulados constantemente e são muito aptos à guerra das redes. Tentar buscar uma linguagem que não seja de embate não tem sido um caminho que encontra as vias livres entre os internautas.
Além disso, Lula ainda não conseguiu dar uma resposta convincente a respeito dos casos de corrupção nos governos petistas e é justamente nessa tecla que os adversários mais batem. Sem uma vacina eficiente para esse tema, a tendência é a de que a campanha siga com esse flanco aberto.
Menções aos Candidatos ……
A crise gerada pelo caso Daniel Silveira deu a Bolsonaro uma grande visibilidade nas redes, em relação aos seus concorrentes.
Se nas semanas anteriores ele e Lula dividiam as atenções, nesta sexta-feira o presidente registrou mais que o dobro de menções no Twitter, em relação ao petista, conforme mostra o gráfico:
Menções aos candidatos – últimos 5 dias
Bolsonaro, 58,9%; Lula, 23,9%; Sergio Moro, 5,3%; Ciro Gomes, 3,4%; João Doria, 5,3%, Eduardo Leite, 2,9%, Simone Tebet, 0,3%, Felipe D’Avila, 0,0%.
Terceira Via Enfraquecida…
A semana parece ter decretado o fim da terceira via de centro-direita. As tensões internas no PSDB se acentuaram e, sem apoio popular, a campanha de Dória pode até mesmo não se concretizar. O ex-governador de São Paulo não tem conseguido se destacar nas redes, e aparece apenas em momentos pontuais.
Eduardo Leite também encontra dificuldades em se cacifar como uma liderança nacional e segue ofuscado no cenário das eleições presidenciais.
Sérgio Moro já é visto nas redes como um ex-presidenciável e um outsider perdido no campo político. Moristas, inclusive, pregaram o voto nulo esta semana, já antevendo que o ex-juiz não participará da disputa pelo Planalto.
Simone Tebet tem que afirmar constantemente que não será candidata à vice, o que diz muito sobre a eventual candidatura da senadora. Nas redes, ela tem pouco a oferecer, uma vez que suas opiniões passam praticamente despercebidas.
O grande beneficiário da aparente derrocada da centro-direita é Ciro Gomes, que começa a pontuar mais nas pesquisas e segue como o presidenciável com menor rejeição nas redes. Apesar da sua pouca visibilidade, Ciro dialoga bem com seus eleitores. Eles tendem a difundir as propostas do presidenciável que tenta, dessa forma, fazer uma campanha com base em projetos. Assim, começa a atrair alguns grandes partidos para o diálogo e, hoje, é quem apresenta.
Polaridade de sentimentos:
A semana foi mais estável para o presidente, que se manteve nos últimos dias com uma aprovação de 40%.
Emoções 5 dias:
Em termos de sentimentos, houve uma leve queda da confiança e um aumento do medo nos últimos dias, após a crise deflagrada pelo caso Daniel Silveira. No entanto a tristeza também caiu, devido à efusividade com que a militância bolsonarista reagiu ao episódio.
Metodologia
A AP Exata trabalha com uma tecnologia de análise de sentimentos, baseada em redes neurais artificiais, e no conceito de emoções da psicologia evolutiva.
No caso da pesquisa de popularidade do Governo, também é medida por A.I., mas com base na média das principais pesquisas brasileiras. As análises contemplam informações geolocalizadas, em 145 cidades de todos os estados brasileiros.
O trabalho AP Exata utiliza dados abertos, de perfis públicos. Dados de usuários não são armazenados em nossa base, conforme orienta a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
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