A empresa de geração renovável Omega Energia (OMGE3) lançou nesta terça-feira (8) uma plataforma eletrônica de venda de contratos no mercado livre de eletricidade, ambiente em que consumidores como indústrias e comércios podem negociar ou suprimento diretamente com produtores e comercializadoras.
A companhia espera que a ferramenta permita o fechamento de operações com clientes de menor porte em volume suficiente para viabilizar a construção de novas usinas num futuro próximo.
Objetivo
“O objetivo é aproximar quem produz, que somos nós, que temos ativos eólicos, solares e pequenas hidrelétricas, do cliente final. Isso de uma forma mais estruturada e com maior intensidade ”, disse à Reuters o presidente do grupo Omega, Antonio Bastos Filho.
“É uma plataforma digital para negociar energia com clientes menores, com mais capacidade de vender para um número maior de clientes e impactar eles positivamente, via eliminatória”, acrescentou ele, ao destacar que essas fontes renováveis já são que não são energia a menor preço no Brasil.
Carga de energia
Para atuar no mercado livre, as empresas precisam ter carga de energia a partir de 0,5 megawatt, o que representa uma conta de luz na casa de R$ 40 mil por mês, nos cálculos do executivo.
Ele destaca, no entanto, que muitos dos empresários que acessam esse segmento não têm conhecimentos avançados sobre o mercado de energia e serão favorecidos com um sistema digital que facilita as transações.
Na plataforma da Omega, os interessados entram com informações sobre seu perfil de consumo e fornecem em seguida uma oferta vinculante de venda de energia da empresa, em proposta de contrato com 100% de flexibilidade para os volumes consumidos.
Consumidores livres
No alvo da ferramenta da Omega estão principalmente consumidores livres de médio e pequeno portes, com carga de entre 0,5 megawatt e 3 megawatts, um universo que inclui redes de supermercado, por exemplo, disse Bastos.
“Isso representa um mercado de R$ 8 bilhões em empresas que já estão no mercado livre. E mais uns R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões em outros que não estão, mas poderia ir. ”
Contratos
Questionado sobre a possibilidade de contratos firmados na plataforma servirem como base para a expansão do parque de usinas da Omega, o executivo disse esperar ver esses negócios ocorrendo em breve.
“Sem dúvida. Estimo que isso certamente vai ocorrer em algum tempo. Se formos muito rápidos, se conseguirmos ter um impacto pela simplicidade e pelo preço competitivo, no curto prazo, pode acontecer no segundo semestre ainda ”, afirmou.
“Se for uma curva natural (de crescimento da plataforma), acho que ano que vem começar a ver isso acontecer”, acrescentou ele, sem comentar o volume em novos projetos que poderia ser viabilizado com uma nova forma de comercialização.
OMGE3: bolsa
Como a Omega Geração, com ações em bolsa, investe apenas em ativos operacionais, essas usinas podem ser construídas por outras empresas do grupo, como a Omega Desenvolvimento, para posterior aquisição pela companhia.
O lançamento da Omega vem em momento em que o Brasil discute uma reforma no setor elétrico que reduziria limites para que empresas atuar no mercado livre de energia.
Consumidores
Se aprovar uma proposta, em tramitação no Congresso, o governo teria quatro anos para apresentar plano prevendo que todos consumidores, residenciais inclusivos, possam negociar sua energia, ao ativar de terem distribuidoras obrigatoriamente como único fornecedor, como ocorrer hoje.
Esses clientes residenciais, com pouco conhecimento técnico do setor, seriam um nicho importante para uma expansão mais significativa da plataforma digital da Omega, disse Bastos.
“O principal crescimento do negócio é na hora em que o mercado livre expandir. A gente passa de um mercado de uns 10 bilhões de reais para 100 bilhões ou mais”, afirmou.
“Na prática, quero ver qualquer consumidor do Brasil comprando a expansão marginal de usinas renováveis, que é muito barata, muito limpa.”
OMGE3: subsídio
O executivo disse ainda que a eventual retirada de um subsídio garantido pelo governo a usinas renováveis como eólicas e solares, na forma de desconto em tarifas pelo uso da rede, não impactará os planos de expansão da Omega.
A retirada gradual do desconto para novos projetos foi proposta pelo governo em medida provisória na semana passada e precisa passar pelo Congresso para ser transformada em lei.
“Sou anti-subsídios, as renováveis não precisam, elas já são a melhor alternativa em termos de preços e de meio ambiente. Não precisa, então para que você vai onerar o consumidor com um negócio que não é necessário?”, afirmou.
Veja OMGE3 na Bolsa:
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