Especialistas comentam fatores que geraram alta de 0,43% na moeda americana
Nesta segunda-feira, o dólar fechou próximo de R$ 4,18. A alta de 0,43% pode estar relacionada com o distanciamento de um possível acordo comercial entre EUA e China. Na última semana, com os indícios de corte por parte do Banco Central, a moeda americana saltou 1,16% atingindo a maior valorização semanal em um mês. Com as turbulências, o maior índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou o dia com uma queda de 0,17%. Outro fator para a alta é a crise no Golfo Pérsico, a tensão entre Irã e Arábia Saudita, país que conta com apoio dos EUA. Recentemente houve uma proposta de “Esforço de Paz de Ormuz”, por parte do Irã, a proposta foi lançada em reunião com a ONU no Reino Unido.
Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, a alta em muito tem a ver com as questões entre Arábia Saudita, EUA e Irã. “A alta do dólar ainda vem de preocupações geopolíticas entre Arábia Saudita e Irã, devido aos ataques à Aramco, no qual estão recebendo apoio tanto dos EUA e Reino Unido”, afirma. Laatus aponta que a guerra comercial entre EUA e China é um fator que apesar de estar menor, ainda segue sendo uma forte influência. “Há ainda, grandes preocupações com guerra comercial que vem se amenizando”. Os discursos acerca das reformas na economia do país geram grandes expectativas no mercado. “Há grandes expectativas com o discurso do presidente Bolsonaro na ONU, assim como definições de reformas internas, como a da previdência”. Para o Estrategista-Chefe, o mercado está atento e monitorando as manobras políticas acerca da Lava Jato. “A futura reforma tributária, o mercado também está atento as manobras dos políticos para de certa forma acabar com a Lava Jato ou com a forma de conduzir ela. Todas estas questões trazem um ambiente geral de tensão externa, somada à interna e a corrida por segurança até tudo ficar bem”, Jefferson Laatus.
O Diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, acredita que a valorização se deve majoritariamente às questões externas e afirma que o mercado está em posição defensiva. “O dólar vem em uma crescente onda de valorização principalmente pelo cenário externo. O mercado está em posição defensiva”, afirma. A apreensão se deve muito ao embate entre EUA e China, além disso, para Bergallo, o PIB negativo da Alemanha e a recessão técnica consequência disso pode causar uma desaceleração. “O embate comercial entre EUA e China está causando uma apreensão em relação à possível desaceleração. Agora, com o PIB negativo da Alemanha, haverá uma recessão técnica”. Para o Diretor de Câmbio, o cenário atual deve valorizar mais ainda o dólar e diminuir a inclinação aos ativos de maior risco. “Agora há pouca inclinação aos ativos de risco e isso gera a valorização do dólar. Nada no cenário interno tem impactado grandemente a moeda americana. O efeito da nossa política econômica só está surtindo efeito na B3”, finaliza Bergallo.