Projetamos para o IPCA de agosto uma deflação de -0,39%, em linha com as expectativas da BGG e do Broadcast de -0,40%. Note-se que este seria o segundo mês consecutivo de leitura negativa, levando à uma revisão de nossas estimativas de 2022 para 6,1%. No acumulado em 12 meses, espera-se uma inflação de 8,69%.
Nos grupos, principais destaques são Transportes (-3,21% vs. -4,51% julho) e Comunicação (-0,77% vs. -0,04% julho). Quanto ao primeiro, tem-se efeito dos cortes
nos preços de combustíveis, aliado à deflação esperada em passagens aéreas de 18,70% conforme nossa coleta. Já quanto à Comunicação, a queda é fruto do corte de ICMS, no entanto, maior parte do efeito só deve ser capturado na próxima divulgação.
Por fim, projetamos avanço de 0,41% em Alimentação e Bebidas, ante última leitura de 1,30%, com sinais de arrefecimento de Leite longa vida.
Em relação às aberturas, prevemos queda de -2,43% em Administrados e alta de 0,35% em livres. Repare-se, contudo, que ambas as variações seriam mais amenas em comparação à divulgação de julho, de -4,35% e 0,65%, respectivamente. Por fim, estimamos serviços em 0,36% (vs. 0,79% julho), e industriais em 0,35% (vs. -0,11% julho), enquanto subjacentes, por contraste, são projetados em 0,75% e 0,78% na devida ordem.
*Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal.