Para o IPCA de janeiro, que será divulgado nesta próxima quinta-feira, estimamos alta de 0,60%, acima das expectativas do mercado pela BBG (0,56%) e Broadcast (0,57%).
Nas aberturas, Administrados devem registrar inflação elevada de 0,86% após leitura de 0,27% em dezembro de 2022. Livres, por sua vez, apontam para arrefecimento saindo de 0,74% para 0,52%.
Como discutido em nosso relatório mensal de projeções, elevamos nossa expectativa de inflação para 2023 e 2024 de 5,95% e 4,50% para 6,20% e 4,55%, respectivamente. Em suma, o cenário prospectivo inflacionário volta a deteriorar enquanto o cenário fiscal permanece incerto e sem sinais de alívio.
Comentário:
Para o IPCA de janeiro, que será divulgado nesta próxima quinta-feira, estimamos alta de 0,60%, acima das expectativas do mercado pela BBG (0,56%) e Broadcast (0,57%).
Destaque é dado à Comunicação com alta esperada de 2,21%. O grupo registrou variação de 2,36% na divulgação parcial de janeiro, logo, a variação esperada para o índice cheio trata-se apenas de um fenômeno puramente residual.
Especificamente, é importante monitorar os preços de Combo de telefonia, internet e TV por assinatura. Apesar disso, não esperamos continuidade da pressão altista para as demais leituras.
Dentre os grupos apenas Vestuário deve apresentar variação negativa com queda de 0,15% e impacto de -1bp. Este movimento seria uma reversão à média após a forte divulgação de dezembro (1,52%) e considerável arrefecimento no IPCA-15 de janeiro (0,42%). Também indicando forte queda ante final de 2022, temos Saúde e Cuidados
Pessoais, estimados em 0,68% vs. 1,60% anterior. Note-se que a forte pressão do grupo no passado ocorreu devido a um choque no volátil item Perfumes.
Em sentido contrário, esperamos avanço em Transportes saindo de 0,21% para 0,68% em razão de combustíveis.
Após deflação momentânea, o preço da gasolina voltou a subir. Apesar disso, o avanço observado pouco reflete o reajuste promovido pela Petrobras, cujo anúncio e implementação ocorreu apenas no final do período de coleta.
O efeito estimado para a próxima divulgação é de apenas 3bps, com o auge do impacto projetado para fevereiro.
Levando em consideração o fim da desoneração de impostos prevista para março, o subitem deve permanecer pressionado por período prolongado.
Com contribuição de 13bps, estimamos alta de 0,59% para Alimentação e Bebidas, o que constitui queda de 7bps ante dezembro. Dentro do índice, esperamos composição mista com desaceleração em Alimentação no Domicílio saindo de 0,71% para 0,57%, mas avanço de 0,51% para 0,64% de Alimentação fora do Domicílio, indicando maior pressão de serviços.
Nas aberturas, Administrados devem registrar inflação elevada de 0,86% após leitura de 0,27% em dezembro de 2022. Livres, por sua vez, apontam para arrefecimento na comparação com a divulgação anterior, passando de 0,74% para 0,52%. Industriais deve permanecer em um patamar controlado com alta de 0,20% e subjacentes avançando 0,19%. Já serviços devem gerar uma pressão inflacionária adicional com aumento de 0,71%, com leitura subjacente estimada em 0,58%.
Como discutido em nosso relatório mensal de projeções (https://modal.la/3jsnwZu), elevamos nossa expectativa de inflação para 2023 e 2024 de 5,95% e 4,50% para 6,20% e 4,55%, respectivamente. Em suma, o cenário prospectivo inflacionário volta a deteriorar enquanto o cenário fiscal permanece sem dar sinais de alívio.
* Felipe Sichel é sócio e economista-chefe do modalmais
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