A taxa de desemprego subiu para 8,4% no trimestre finalizado em janeiro, ante 7,9% observado no trimestre finalizado em dezembro, interrompendo uma sequência de dez quedas mensais consecutivas. O resultado veio acima da nossa expectativa (8,1%) e da mediana do mercado (8,2%).
A taxa de participação caiu de 62,1% para 61,9%, o quarto recuo mensal seguido. O rendimento médio real totalizou R$ 2.835, alta de 1,6% na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2022, o nível de rendimento médio real avançou 7,7%, desacelerando em relação aos 8,3% observados no mês anterior.
Comentários:
A taxa de desemprego subiu para 8,4% no trimestre finalizado em janeiro, ante 7,9% observado no trimestre finalizado em dezembro, interrompendo uma sequência de dez quedas mensais consecutivas. O resultado veio acima da nossa expectativa (8,1%) e da mediana do mercado (8,2%).
A taxa de participação caiu de 62,1% para 61,9%, o quarto recuo mensal seguido. A população ocupada voltou a recuar, registrando queda de 0,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior, totalizando 98,6 milhões de pessoas. Na comparação anual, a população ocupada avançou 3,4% (3,2 milhões), desacelerando em relação ao aumento de 3,8% na divulgação anterior. Na análise desagregada, observa-se queda tanto no nível de empregos formais quanto informais.
O rendimento médio real totalizou R$ 2.835, alta de 1,6% na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2022, o nível de rendimento médio real avançou 7,7%, desacelerando em relação aos 8,3% observados no mês anterior. Novamente, nota-se desempenho misto entre as categorias pesquisadas.
Destaque positivo para os avanços mensais em alojamento e alimentação (2,7%), outros serviços (2,2%), comércio (1,3%), indústria (1,2%), administração pública (1,0%) e serviços domésticos (0,5%). Por outro lado, observa-se queda em transporte, armazenagem e correio (-2,7%), construção civil (-1,0%), agricultura (-0,2%) e serviços prestados às empresas (-0,1%). Todas as categorias registraram alta na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Destaque principalmente para os avanços em agricultura (11,7%), alojamento e alimentação (9,6%), outros serviços (9,6%) e serviços prestados às empresas (9,0%).
Depois de um desempenho robusto ao longo de 2022, o mercado de trabalho reportou arrefecimento relevante no início do ano. A taxa de desemprego voltou a subir após 10 quedas mensais consecutivas, com redução da população ocupada e da taxa de participação além de novo recuo nos empregos informais. Apesar do avanço no rendimento médio real, observa-se desaceleração no ritmo de alta. Mantemos a visão de que o mercado de trabalho deve desacelerar gradualmente ao longo do ano, negativamente impactado pela taxa de juros elevada e consequentemente arrefecimento da atividade econômica.
*Felipe Sichel é economista-chefe e sócio do Modal
Comentários estão fechados.