MODAL: IPCA e a alta de 0,53% em janeiro

Acumulado em 12 meses o índice desacelera para 5,77%

O IPCA de janeiro teve leitura de 0,53%, abaixo de nossa projeção (0,60%) e mediana do mercado (0,56%). Acumulado em doze meses o IPCA desacelera ante dezembro de 5,79% para 5,77%.

Pelas aberturas, Administrados avançam de 0,27% para 0,72%, ainda abaixo da leitura de novembro de 1,00%. Já Livres, em contrapartida, registram alta de 0,46% vs. 0,75% anterior.

Tanto o headline como sua composição foram melhores do que esperado, retomando parte do otimismo dos dados da ponta de Q3 de 2022. No entanto, o debate de curto prazo para a condução da política monetária segue contaminado por discussões em torno da meta de inflação, o que tem evidente impacto sobre as expectativas independente da dinâmica da inflação realizada. Dito isto, mantemos nossa expectativa de taxa Selic inalterada até o final do ano.

Comentário:

O IPCA de janeiro teve leitura de 0,53%, abaixo de nossa projeção (0,60%) e mediana do mercado (0,56%).

Acumulado em 12 meses o IPCA desacelera ante dezembro de 5,79% para 5,77%.
Como antecipado, todos os grupos com exceção de Vestuário apresentaram variação positiva. Este último, por sua vez, apresentou queda de 0,27% em razão de roupas (-0,69%). Também contribuindo para uma leitura amena, Saúde e Cuidados Pessoais tiveram alta de 0,16%, responsável por divergência de 8bps em nossa projeção. Motivo da queda pode ser atribuído a cuidados pessoais e, mais especificamente, à perfumes.

Note-se que o subitem reverteu-se do patamar elevado de 9,02% em dezembro de 2022 para -5,86% em janeiro.

Alimentação e bebidas apresentaram leve desaceleração, registrando aumento de 0,59%. Sua composição, contudo, difere-se da última divulgação com Alimentação no Domicílio arrefecendo de 0,71% para 0,57% enquanto Alimentação Fora do Domicílio avançou de 0,51% para 0,57%.

Comunicação, em sentido oposto, acelera de 0,50% para 2,09%, aumento antecipado pelo IPCA-15 do mês. Por fim, Transportes também aceleram de 0,21% para 0,55%, mas aumento maior só deve ser observado em fevereiro, capturando plenamente a alta dos preços da Petrobrás, e em março, com a reoneração de impostos.

Pelas aberturas, Administrados avançam de 0,27% para 0,72%, ainda abaixo da leitura de novembro de 1,00%. Já Livres, em contrapartida, registram alta de 0,46% vs. 0,75% anterior. Por dentro do índice, serviços voltam a acelerar com alta de 0,60%, com subjacentes também pressionados no patamar de 0,58%. Industriais, por outro lado, registram alta de 0,18% apenas, com sua leitura subjacente apresentando deflação de 1bp.

Em termos amplos, a média dos 5 núcleos recuou de 0,66% para 0,52%, enquanto a difusão permanece em 63,13%. Note-se que ambos valores apresentam melhora ante dezembro, mas não se equiparam as leituras de novembro de 0,33% e 58,62%, respectivamente.

Tanto o headline como sua composição foram melhores do que esperado, retomando parte do otimismo dos dados da ponta de Q3 de 2022. No entanto, o debate de curto prazo para a condução da política monetária segue contaminado por discussões em torno da meta de inflação, o que tem evidente impacto sobre as expectativas independente da dinâmica da inflação realizada. Dito isto, mantemos nossa expectativa de taxa Selic inalterada até o final do ano.

* Felipe Sichel é sócio e economista-chefe do modalmais

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