O CPI de dezembro registrou queda de 0.1% no mês, em linha com a expectativa do mercado. Esta é a menor leitura do índice desde maio de 2020. A leitura subjacente avançou 0.3% no mês, também em linha com as expectativas do mercado.
A inflação subjacente excluindo também a parte de moradia repetiu a queda de 0.1% pelo terceiro mês. A reação à divulgação em linga com as expectativas do CPI foi de novo fechamento nas taxas longas, avanço no mercado de ações e enfraquecimento do DXY.
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O CPI de dezembro registrou queda de 0.1% no mês, em linha com a expectativa do mercado. Esta é a menor leitura do índice desde maio de 2020. A leitura subjacente avançou 0.3% no mês, também em linha com as expectativas do mercado.
No headline, note-se queda no componente energia, com destaque para o recuo de 9.4% em gasolina, maior queda desde agosto. Já o grupo de alimentação e bebidas avançou 0.3%, também desacelerando do mês anterior (0.5%).
Na ótica subjacente, a alta de 0.3% pode ser dividido em avanço de 0.5% (anterior: 0.4%) nos serviços e queda de 0.3% (anterior: -0.5%) em bens. Com isso, bens subjacentes retiraram 6 pontos base do headline no mês, o terceiro consecutivo em território negativo. Por outro lado, os serviços subjacentes avançaram ao maior ritmo YoY desde o começo da década de 80.
Destaque nos serviços é a aceleração no componente moradia, que avança 0.7% no mês,
puxado principalmente pelo forte desempenho de OER (0.8%). Com peso de 24.24% no índice, este componente contribuiu com 19bps para o headline. Já serviços médicos registram avanço de 0.1%, primeira leitura positiva do trimestre. Por outro lado, o volátil componente de passagens aéreas teve a terceira queda consecutiva ao recuar
3.1% no mês.
Nos bens subjacentes, note-se nova queda em automóveis usados (-2.5%). Já veículos novos recuaram 0.1%. Por outro lado, vestuário acelerou para 0.5% no mês, o segundo consecutivo de avanço. Bens médicos avançaram 0.1% no mês.
Finalmente, vale destacar que a inflação subjacente excluindo também a parte de moradia repetiu a queda de 0.1% pelo terceiro mês.
A divulgação reforça a narrativa de perda de ímpeto da inflação nos EUA. Os bens e a parte de energia voltam a contribuir negativamente com o índice. A contribuição de serviços mostra forte componente de moradia, o que parte do mercado interpreta como um indicador defasado para a dinâmica inflacionária.
A reação à divulgação em linha com as expectativas do CPI foi de novo fechamento nas taxas longas, avanço no mercado de ações e enfraquecimento do DXY. Nossa visão permanece de que a convergência da inflação será dificultada pela manutenção da taxa de desemprego em patamar historicamente baixo (como evidenciado pelo payroll da última sexta-feira), colocando risco sob a precificação do FED no segundo semestre deste ano.
*Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal
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