A Petrobras (PETR4)* reportou lucro líquido de R$ 26,6 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 66,2 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), mantendo a consistência de bons resultados da empresa. Os dados foram apresentados na noite desta quinta-feira (09/11). A queda no lucro foi de mais de 40% na comparação anual.
O EBITDA ajustado, que mede o resultado operacional da companhia, cresceu 17% no período em comparação com o segundo trimestre de 2023, alcançando a sexta melhor marca trimestral da história da Petrobras. Esse resultado decorre principalmente da valorização de 11% do preço do petróleo (Brent), maiores exportações de petróleo e vendas de derivados no mercado interno e menores importações de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Apesar dos ganhos operacionais, o lucro líquido no 3T23 foi impactado principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, por isso, foi observada a redução de 7,5% ante o 2T23. Quando comparado ao 3º trimestre de 2022, o lucro líquido caiu 42%, resultado justificado pela queda do Brent e também pela redução das margens dos derivados no mercado internacional (crackspreads). É importante ressaltar que essas variáveis afetaram não só a Petrobras, mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo. Ainda assim o fluxo de caixa operacional (FCO) da Petrobras está acima da média das empresas globais de petróleo (majors).
Os números do ano passado refletiram um cenário atípico de preço alto de Brent que levaram a resultados financeiros recordes para as companhias de petróleo. Na comparação com os nove primeiros meses de 2022, a Petrobras apresenta menores perdas de fluxo de caixa operacional (FCO) e livre (FCL) na comparação com as empresas pares.
Enquanto as majors da indústria apresentaram uma redução média de 28% no FCO e 43% no FCL nos 9M23 ante 9M22, a Petrobras reportou queda de apenas 14% e 25% respectivamente (dados em US$). O desempenho operacional da companhia ajudou a mitigar as perdas por conta da queda do Brent. Nos 9M23, a produção comercial de petróleo e gás da Petrobras cresceu 1%, ao passo que as majors tiveram, em média, redução de 3% de produção.
“Estamos trabalhando para a Petrobras crescer de forma sustentável e rentável. Tivemos um terceiro trimestre excelente com recordes operacionais no E&P, no refino e no processamento de gás; seguimos com a nossa estratégia comercial para os combustíveis, que vem se mostrando bem-sucedida”, destacou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Alinhada ao seu compromisso com a distribuição dos resultados gerados e sustentabilidade financeira, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio referentes aos resultados do 3T23.
Endividamento sob controle
A dívida bruta da Petrobras segue patamar saudável e dentro do intervalo de referência entre US$ 50 bilhões e US$ 65 bilhões. A companhia encerrou o 3º trimestre com uma dívida bruta de aproximadamente US$ 61 bilhões, 5% acima do trimestre anterior. Esse aumento se deve à entrada em operação do FPSO Anita Garibaldi na Bacia de Campos, uma plataforma afretada que eleva tanto o ativo quanto a dívida da companhia, segundo a norma contábil internacional (IFRS 16). O aumento do endividamento, portanto, não está associado a captações de dívida financeira da companhia, que continua a financiar suas obrigações com seu fluxo de caixa operacional, em linha com seu Plano Estratégico.
“O nível de dívida da empresa segue como planejamos. Estávamos no piso da nossa faixa de referência justamente porque tínhamos a expectativa de início da operação de alguns FPSOs afretados, como o Anita Garibaldi, que já está produzindo na Bacia de Campos e contribuindo para o aumento de produção da Petrobras. Excluindo o efeito do afretamento, a dívida financeira da companhia ficou estável em comparação com o segundo trimestre, atingindo US$ 29,5 bilhões em 30 de setembro de 2023”, explica Sergio Caetano Leite, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
Contribuições para a sociedade
No 3T23, os investimentos da Petrobras totalizaram US$ 3,4 bilhões, 5% acima do 2T23. Nos primeiros nove meses do ano, os investimentos totalizaram US$ 9,1 bilhões, um crescimento de 31% em relação ao mesmo período de 2022. Mesmo com o cenário desafiador enfrentado pelo mercado fornecedor, que influenciou a capacidade de suprimento da demanda, a Petrobras deve encerrar o ano com patamar de US$ 13 bilhões de investimentos, sem comprometer a meta de produção planejada para 2023.
Destaques em dólares
EBITDA recorrente foi de US$ 13,7 bilhões;
Dívida bruta sob controle em US$ 61 bilhões, mesmo após o aumento dos arrendamentos com a entrada em operação do FPSO afretado Anita Garibaldi;
Consistência na geração de caixa: Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de US$ 11,6 bilhões, quarto maior da história;
Retorno à sociedade com pagamento de R$ 65,5 bilhões em tributos e dividendos;
Recordes de produção: 3,98 MMboed de produção operada (7,8% acima do 2T23) e 2,25 MMboed de produção no Pré-sal (78% do total);
Entrada em operação em agosto de 2023 do FPSO Anita Garibaldi FPSO, em Marlim e atingimento em outubro, menos de 5 meses após a entrada em operação, da capacidade nominal de 150 Mbpd do FPSO Almirante Barroso, em Búzios;
FPSO Sepetiba, segundo sistema a ser implantado no campo de Mero, com as atividades de ancoragem concluídas e entrada em operação prevista para o 4T23;
Fator de Utilização do Refino: 96% de FUT no 3T23, maior nível trimestral em 9 anos, com produção de diesel, gasolina e QAV representando 69% do total; e
Recordes de produção e vendas de Diesel S10: produção de 464 Mbpd e 62% nas vendas totais de diesel (496 Mbpd).
*Com informações da Bloomberg e Petrobras
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