O Federal Reserve divulgou essa tarde o Livro Bege, que é um compilado das informações das 12 regionais, fechado no dia 28 de agosto. Trata-se de um documento que resume os comentários recebidos de contatos fora do Sistema da Fed e não sobre as opiniões dos membros do banco central.
Conforme o documento, a maioria dos distritos indicou que crescimento econômico foi modesto durante julho e agosto. Os gastos dos consumidores no turismo foram mais fortes do que o esperado, aumentando durante o que a maioria dos contatos considerou a última fase da procura reprimida por viagens de lazer da era pandêmica.
Mas outros gastos no varejo continuaram a desacelerar, especialmente em itens não essenciais. Alguns distritos destacaram relatórios que sugerem que os consumidores podem ter esgotado as suas poupanças e estão dependendo mais de empréstimos para apoiar as despesas.
Bens duráveis
As vendas de automóveis novos expandiram-se em muitos distritos, mas os contatos observaram que isto tinha mais a ver com uma melhor disponibilidade de inventário do que com o aumento da procura do consumidor. Os contatos de produção em vários distritos também observaram que os atrasos na cadeia de abastecimento melhoraram e que foram mais capazes de satisfazer as encomendas existentes.
Os novos pedidos permaneceram estáveis ou diminuíram na maioria dos distritos, e os atrasos diminuíram à medida que a procura por bens manufaturados diminuiu.
“Um setor onde a oferta não se tornou mais disponível foi o da habitação unifamiliar. Quase todos os distritos relataram que o estoque de casas à venda permaneceu limitado. Assim, acelerou-se a atividade de construção nova para habitação unifamiliar. Mas vários distritos observaram que a construção de unidades habitacionais acessíveis era cada vez mais desafiada por custos de financiamento mais elevados e pelo aumento dos prêmios de seguro”, citaram os técnicos do Fed.
Empréstimos
O Livro Bege mostrou também que os bancos de diferentes distritos tiveram experiências mistas com o crescimento da procura de empréstimos. “A maioria indicou que os saldos de empréstimos ao consumo aumentaram e alguns distritos relataram inadimplências mais elevadas nas linhas de crédito ao consumidor”, pontuaram. As condições agrícolas eram algo mistas, mas os relatos de seca e de custos mais elevados de fatores de produção eram generalizados. A atividade energética manteve-se praticamente inalterada durante os últimos meses do verão.
Mercados de Trabalho
O crescimento do emprego foi moderado em todo o país. Embora as contratações tenham desacelerado, a maioria dos distritos indicou que persistiam desequilíbrios no setor, uma vez que a disponibilidade de trabalhadores qualificados e o número de candidatos permaneciam limitados. “A retenção de trabalhadores melhorou em vários distritos, mas apenas em certos setores, como a indústria transformadora e os transportes. Muitos contatos sugeriram que “a segunda metade do ano será diferente” ao descrever o crescimento salarial”, consideraram.
O crescimento das pressões sobre os custos foi elevado na maioria dos distritos, excedendo muitas vezes as expectativas durante o primeiro semestre do ano. Mas quase todos os distritos indicaram que as empresas renovaram as suas expectativas anteriormente não concretizadas de que o crescimento salarial irá abrandar amplamente no curto prazo.
Preços
A maioria dos distritos reportou um abrandamento geral do crescimento dos preços, desacelerando mais rapidamente nos setores da indústria transformadora e dos bens de consumo. “Contudo, contatos em vários distritos destacaram altas acentuadas nos custos de seguros de propriedade durante os últimos meses. Contatos em vários distritos indicaram que o crescimento dos preços dos fatores de produção abrandou menos do que os preços de venda, uma vez que as empresas lutaram para transmitir as pressões sobre os custos. Como resultado, as margens de lucro caíram em vários distritos”, finalizaram os técnicos no resumo do Livro Bege.
*Todas as informações são do Federal Reserve