Com o menor custo da história da companhia para um título de dívida internacional com prazo de dez anos, a Klabin (KLBN4) fechou ontem uma emissão de US$ 500 milhões em “sustainable-linked bonds” — papéis de dívida atrelados a metas sustentáveis a serem atingidas pelo grupo.
De acordo com o Valor Econômico, o rendimento (“yield”) e o cupom, que saíram no mesmo nível, foram de 3,20% ao ano. A demanda também foi forte: acima de dez vezes o volume captado.
Diretor financeiro
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Marcos Paulo Conde Ivo, além de ser o melhor resultado para um papel com esse prazo da história da Klabin, foi o menor yield da história no grupo de empresas brasileiras privadas de mesmo rating.
“Se olharmos todas as empresas privadas brasileiras, incluindo as de grau de investimento [a Klabin está uma nota abaixo desse patamar], essa seria a segunda operação mais barata em termos de yield da história.”
O prêmio
Conforme o jornal, o prêmio só perde para o alcançado por outra empresa do setor de papel e celulose, a Suzano, classificada com o selo “grau de investimento”.
Em novembro, em reabertura de uma emissão de sustainable-linked bond de dez anos, a Suzano captou mais US$ 500 milhões com uma taxa de 3,10%. Na oferta original, em setembro, a empresa tinha pago 3,95% para captar US$ 750 milhões.
Ainda assim, os 3,20% obtidos pela Klabin estão bem abaixo do antigo recorde da Vale, que em julho do ano passado pagou 3,85% numa emissão de US$ 1,5 bilhão de mesmo prazo.
Road Show
Ivo conta que o “road show” foi feito virtualmente com mais de 90 investidores na segunda e terça-feira.
O diretor da Klabin credita parte da redução obtida na taxa à demanda por investimentos sustentáveis. “Nosso bond de 2029 com dois anos de diferença está sendo negociado no mercado [secundário] em torno de 3,40%”, explica.
“O simples alongamento de curva já deveria elevar [o yield] para a casa de 3,55% e quando olhamos os 3,20% enxergamos a monetização do aspecto de sustentabilidade.”
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