IPO: catarinense Neogrid levanta R$ 486,5 mi em última oferta pública do ano

A companhia de softwares Neogrid emplacou na terça (115) a última oferta inicial de ações (IPO) do ano. A empresa fixou preço de R$ 4,50 por ação.

Segundo o Valor Econômico, a precificação ficou abaixo da faixa indicativa inicial, que ia de R$ 5,50 a R$ 7,25, mas dentro das expectativas dos acionistas para levar a companhia à bolsa com uma composição de investidores locais e estrangeiros, disseram fontes a par do assunto. A oferta foi coordenada por Credit Suisse, líder da operação, Citi e UBS-BB.

A operação

Conforme o jornal, a operação da companhia movimentou R$ 486,45 milhões, com alocação da oferta base e do lote suplementar. Não havia opção de lote adicional. Desse montante, R$ 337,5 milhões vão para o caixa. Os recursos da tranche primária serão destinados para fusões e aquisições (M&A) e para investimentos em crescimento orgânico, principalmente em pesquisa e desenvolvimento.

O Valor apurou que a companhia tem cerca de seis empresas mapeadas como potenciais alvos de M&A e assinou acordos de confidencialidade com algumas delas.

Empresa

Fundada em 1999, a Neogrid é uma empresa de “software as a service” (SaaS), dados e tecnologia da cadeia de suprimentos, conectando indústrias, distribuidores e varejistas.

“O poder da tecnologia Neogrid é aumentar a disponibilidade dos produtos nas prateleiras, ao mesmo tempo em que reduz os estoques na cadeia de suprimentos”, define a companhia em seu prospecto. Esse modelo ajuda na redução de investimentos nos estoques, liberando capital de giro dessas empresas.

Mercado

O principal mercado de atuação da Neogrid hoje são as empresas de bens de consumo. Agora, a companhia quer reforçar atuação em segmentos em que tem presença tímida, como farmacêutico, agronegócios, eletroeletrônicos, petroquímica e setor financeiro.

Desde outubro, a companhia é presidida por Eduardo Ragasol, que tem a missão de suceder o fundador da Neogrid, Miguel Abuhad. Ragasol entrou para a companhia em fevereiro, como chefe de operações.

Em 2019, a companhia teve receita líquida de R$ 207 milhões, ante R$ 177 milhões no ano anterior. O resultado foi de R$ 8,65 milhões, ante R$ 11,93 milhões em 2018. No acumulado de nove meses de 2020, a receita foi de R$ 154,5 milhões, com lucro líquido de R$ 8,58 milhões.