Ipea revê para baixo projeção do PIB agro de 2020 e 2021

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reviu para baixo as projeções de crescimento do PIB agropecuário de 2020 e 2021, segundo a carta de conjuntura divulgada nessa terça feira (25).

As novas estimativas apontam para expansões do PIB agro de 1,5% e 1,2%, em 2020 e 2021, respectivamente.

As projeções anteriores apontavam para crescimentos maiores, de 1,9% e 2%, respectivamente.

A revisão da estimativa de 2020 é explicada por quedas nas projeções de novembro em itens como lavoura e pecuária.

“O valor adicionado (VA) da lavoura teve previsão revista de 3,9% para 3,8%, principalmente pela revisão da estimativa para a produção de trigo”, informou o órgão em nota.

“Para o VA da pecuária, a queda prevista de 1,5% foi elevada para 2%, em virtude de um recuo mais forte da produção de carne bovina no terceiro trimestre em relação ao que havíamos projetado”, informou o Ipea.

PIB: 2021

Para 2021, as novas projeções no PIB agropecuário foram justificadas por revisões em estimativas feitas por Conab, IBGE e FAO e outros órgãos.

“Nossa estimativa para o VA da lavoura é de crescimento de 0,4%, sustentado por uma expectativa de novas safras recordes de soja (4,6%) e milho (2,6%) para 2021. No entanto, a queda em outras culturas deve compensar parte da contribuição positiva desses dois grãos”, disse o instituto.

Inflação

A prévia da divulgação desacelerou a 0,81% em novembro , mas o resultado foi o maior para o mês em cinco anos. Em 12 meses, a alta de preços acumulada é de 4,22%, acima da meta do Banco Central, de 4%. A última vez em que a prévia da publicação acumulada ultrapassada a meta foi em fevereiro (4,21%).

Ocorreu um aumento generalizado em novembro, uma vez que a alta de preços, antes concentrada nos alimentos, se espalhou e atingiu todos os grupos de produtos e serviços. Especialistas dizem que não há risco de descontrole da informação, mas destacam que os mais pobres são os mais prejudicados neste momento. Alertam também que há uma tendência preocupante de aceleração da informação, que deve adentrar 2021, devido à desvalorização do real, ao endividamento do governo e à falta de matéria-prima para uma retomada da economia em 2021.