Inter lucra R$ 6,4 milhões, mas o mercado esperava no mínimo R$ 48 milhões

Empresa praticamente dobrou a base de clientes, o que é extremamente positivo para o futuro

O Banco Inter (BIDI11) teve lucro contábil de R$ 6,4 milhões no quarto trimeste de 2021, número muito inferior aos R$ 48 milhões que o mercado esperava – de acordo com estimativas levantadas pela Bloomberg. O lucro ajustado, por sua vez, bateu R$ 20,2 milhões, o que representa uma leve alta frente o que havia sido visto no mesmo período de 2020.

Ao ler esse primeiro parágrafo, é natural pensar que este foi um resultado ruim. Esses foram os únicos não expressivos do banco, que viu crescimento forte em praticamente todo o resto, a maioria batendo três dígitos ou mais. A começar pelo lucro contábil de R$ 64,7 milhões no ano de 2021, que é um número 1.059,8% maior que o visto em 2020. O crescimento do lucro ajustado foi de 1.307,8% para R$ 78,5 milhões.

As receitas pularam 131% de 2020 para 2021, batendo R$ 3,2 bilhões – com R$ 1,1 bilhão vindo apenas do último trimestre, com um crescimento em três meses de mais de 30%. Em termos de resultado bruto de inermediação financeira antes da PDD, que são operações de crédito e receitas financeiras, o crescimento foi de 123%, para R$ 560 milhões.

O volume transacionado, medido pelo GMV, na Inter Shop cresceu 201% de um ano para o outro, batendo R$ 3,52 bilhões em 2021. Só no último trimestre a empresa teve GMV de R$ 1,13 bilhão – quase os R$ 1,17 bilhão do ano de 2020 inteiro. A carteira de crédito ampliada pulou 96,5%, para R$ 18,6 bilhões, e o volume transacionado por cartões cresceu 94%, batendo R$ 42,9 bilhões.

93% foi o crescimento da base de clientes, que chegou a 16,3 milhões no fim de 2021, sendo 8,8 milhões de clientes ativos. Além do forte crescimento da base, o banco também passou a ganhar mais dinheiro por usuário: cada usuário trouxe R$ 218 para o Inter, alta de 8,7% frente os R$ 200 de 2020. Entre os usuários ativos, a alta foi de 18,3%, com uma receita média de R$ 348 pulando para R$ 412.

O patrimônio líquido do Inter pulou de R$ 3,4 bilhões para R$ 8,6 bilhões. “2021 foi um ano incrível. Acreditamos que estamos criando uma base sólida para seguirmos como uma companhia empreendedora, inovadora e ainda com muito espaço para crescimento. Com essa base instalada, podemos começar a nos beneficiar de eficiências operacionais e de escala a partir do próximo ano”, avisa João Vitor Menin, CEO do Banco Inter.

Para 2022, que começa agitado na opinião do executivo, o banco deverá crescer o engajamento com a base e amadurecer a relação com os clientes. “Vamos investir ainda mais na inteligência de dados para comunicarmos de forma mais eficiente e assertiva com a base de clientes”, destaca.

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