O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) sofreu variação de 0,05% em agosto. No mês anterior, a taxa havia sido de -0,40%. Com este resultado, o índice acumula variação de -5,30% no ano e de -6,91% em 12 meses. Em agosto de 2022, o índice havia caído 0,55% e acumulava elevação de 8,67% em 12 meses. Os dados são da FGV/IBRE e foram apresentados hoje no Rio de Janeiro.
“Combustíveis e alimentos influenciaram os resultados do IPA e do IPC. O reajuste dos preços do Diesel (de 0,00% para 13,29%) e da gasolina (de -7,46% para 8,36%) permitiram que a variação do índice ao produtor registrasse aceleração passando de -0,61% para 0,10%. No âmbito do consumidor, a queda mais acentuada do grupo alimentação (de -0,36% para -0,84%) fez com que o índice voltasse a registrar deflação”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Índice de Preços ao Produtor Amplo
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,10% em agosto. No mês anterior, o índice havia apresentado queda de 0,61%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -1,11% em julho para -0,22% em agosto. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja variação passou de -6,76% para 5,25%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,31% em agosto, após variar -0,42% em julho.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,60% em julho para 0,58% em agosto. O principal responsável por esta alta foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 1,24% para 10,61%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,01% em agosto, ante queda de 0,88%, no mês anterior.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,11% em agosto, contra queda de 0,08% em julho. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: bovinos (1,71% para -5,35%), minério de ferro (1,95% para 0,19%) e suínos (4,79% para -0,79%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: café em grão (-11,26% para -1,30%), mandioca/aipim (-7,48% para 3,13%) e arroz em casca (0,71% para 6,33%).
Índice de Preços ao Consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,22% em agosto. Em julho o índice variara 0,07%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (1,33% para -2,76%), Transportes (1,07% para 0,39%), Alimentação (-0,36% para -0,84%), Despesas Diversas (0,48% para -0,06%) e Comunicação (0,04% para 0,03%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (6,20% para -16,33%), gasolina (4,08% para 1,24%), hortaliças e legumes (0,13% para -6,87%), serviços bancários (0,63% para -0,05%) e mensalidade para TV por assinatura (0,22% para 0,00%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (-1,06% para 0,51%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,25% para 0,36%) e Vestuário (-0,33% para -0,25%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (-4,64% para 2,42%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,04% para 0,45%) e calçados (-0,29% para -0,11%).
Núcleo do IPC e Índice de Difusão
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,19% em agosto, ante 0,22% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 36 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 29 apresentaram taxas abaixo de -0,07%, linha de corte inferior, e 7 registraram variações acima de 0,56%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 47,42%, 6,13 pontos percentuais abaixo do registrado em julho, quando o índice foi de 53,55%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,17% em agosto, ante 0,10% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (-0,28% para -0,18%), Serviços (0,85% para 0,25%) e Mão de Obra (0,50% para 0,61%).