A privatização da Petrobras (PETR4) está ameaçada se o governo voltar a interferir no preço da gasolina para mantê-la abaixo do preço do mercado internacional, alerta a Genial Investimentos. Através de seu plano de desinvestimentos, a empresa vem vendendo uma série de ativos nos últimos anos, entre gasodutos, a BR Distribuidora e, agora, as refinarias, efetivamente privatizando boa parte de seus negócios.
A alta da última sexta-feira não teria sido o suficiente para acabar com a defasagem da gasolina no Brasil frente o mercado internacional – a alta foi de “apenas” 18,8% para a gasolina, e o combustível estava cerca de 27% defasado. Esse reajuste foi significativo e fez até o Uber anunciar um aumento de preços temporário.
Como a empresa tem intenção de reduzir a concentração no mercado de refino de 90% para 50% (vendendo R$ 50 bilhões em refinarias para atingir esse objetivo), os preços precisam ser competitivos com o que é praticado no exterior. As refinarias privadas comprariam o petróleo a preços de mercado da Petrobras, ressaltam os analistas da Genial, e teriam de vender ao mesmo preço ou até menor em mercados que são servidos tanto pela estatal quanto pelo setor privado.
O prospecto de competir com a Petrobras por preço nessas regiões é o suficiente para afastar potenciais compradores das refinarias. A RLAM, refinaria na Bahia que já foi privatizada, consegue praticar preços próximos do que é praticado lá fora nos mercados que são abastecidos apenas por ela, e acaba vendendo mais barato em Alagoas, Maranhão e Pernambuco, onde ela enfrenta a concorrência da Petrobras.
Ou seja, a privatização dos ativos da Petrobras para aumentar a concorrência no Brasil esbarra justamente no fator “concorrência” para avançar, dado que parte do mercado acredita que tal concorrência é desleal. Para ficar de olho no seu dinheiro, entre nos nossos grupos de WhatsApp e receba notícias do mercado em tempo real, além de materiais, relatórios e outras informações que vão te ajudar a investir melhor e guardar mais dinheiro.