O segmento de geração renovável de energia tem impulsionado as fusões e aquisições no setor elétrico neste ano.
Dados da KPMG mostram que, de janeiro a agosto, foram 27 operações envolvendo ativos renováveis, o equivalente a quase 80% do total de transações.
Segundo o Valor Econômico, isso representa um salto em relação ao observado nos anos anteriores: em 2018, os negócios somavam 53% do total e, em 2019, 61%.
Série de fatores
Esse movimento está associado a uma série de fatores, como o menor volume de negócios no mercado regulado nos últimos anos, combinado à conjuntura mais favorável ao ambiente de contratação livre (ACL) de energia.
Sócio da KPMG no Brasil, Paulo Guilherme Coimbra avalia que o mercado se tornou mais aquecido nos dois últimos meses, após um período de maior apreensão dos agentes por causa da pandemia.
“Houve uma parada de março a junho, mas agora acelerou”. Segundo ele, os ativos de geração renovável têm atraído a atenção tanto de investidores estratégicos, quanto de grandes fundos de private equity e de pensão.
BVZ Advogados
Sócio do BVZ Advogados, Ivo Bari disse, ao jornal, que para investidores financeiros, os ativos de energia renovável são vistos quase como de renda fixa.
“Com Selic baixa, juros baixos e mercado em crise, é sempre um bom setor para alocar dinheiro”.
Segundo ele, há uma procura maior por empreendimentos que já estejam com contratos de compra e venda de energ
Já o sócio de Infraestrutura e Energia do Mattos Filho, Fabiano Ricardo Luz de Brito, observa que o número elevado de operações de fusões e aquisições é algo estrutural do mercado de energia renovável, e não representa “mera fase”. “É muito comum que empresas se especializem numa única fase dos projetos, em desenvolvimento, construção, operação. É uma das razões para os projetos mudarem tanto de mão”.
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