Fazenda reduz para 3% projeção do PIB

Para o PIB nominal de 2023 a projeção é de alta de 8,0%

O Ministério da Fazenda reduziu a projeção do crescimento do PIB para 2023. A projeção de crescimento para o PIB passou de 3,2% para 3,0%. A mudança repercute, principalmente, a revisão para a estimativa de variação do PIB no 3T23, de 0,1% para 0,0% na margem, além do menor dinamismo previsto para a atividade em Serviços.

Para o último trimestre, no entanto, segue a perspectiva de aceleração da atividade, cenário que deverá garantir alta em 2023 pouco superior ao do ano anterior (alta de 2,9% em 2022). Os dados são da Secretária de Política Econômica e divulgados hoje.

Para o setor agropecuário, a previsão no ano é de alta a 14,0%. Apesar do carregamento estatístico para esse setor ser de cerca de 18,4% em 2023 (considerando dados até o 2T), a expectativa é que o PIB agropecuário recue na margem nos próximos dois trimestres. Um cenário repercuti no fim da colheita de produtos agrícolas com maior crescimento na comparação interanual. A previsão não se alterou em relação ao último Boletim.

A surpresa positiva com a forte expansão do abate de bovinos e suínos no 3T (de acordo com resultados preliminares da Pesquisa Trimestral do Abate) e ainda a revisão para cima nas estimativas de colheita de cana-de-açúcar pela LSPA de outubro foram compensadas pelo menor abate de frangos e produção de leite em comparação ao esperado e pela leve revisão para baixo nas estimativas para a safra de grãos de 2023, já impactada pelas fortes chuvas neste fim de ano.

Projeção para a Indústria

Para a Indústria, passou a se projetar avanço de 1,9 % em 2023, ante 1,5% no Boletim anterior. A mudança reflete o aumento na projeção de crescimento desse setor no 3T, de 0,4% para 0,7% na margem, e ainda as melhores perspectivas para o PIB de atividades menos sensíveis ao ciclo monetário, como a extrativa e a de Produção e distribuição de energia e gás.

Na Indústria extrativa, a produção de petróleo deve seguir em ritmo de forte expansão na comparação interanual, enquanto a produção de minério de ferro pode ganhar novo impulso com as medidas de estímulo à atividade na China.

A Indústria de transformação, no entanto, deverá apresentar retração pelo segundo ano consecutivo. Para a Construção, apesar das altas taxas de juros e do alto comprometimento de renda das famílias, segue a perspectiva de crescimento modesto no ano em repercussão ao aumento dos subsídios para moradia popular (com o Programa Minha Casa Minha Vida – MCMV).

Serviços

O crescimento projetado para o setor de serviços foi revisado de 2,5%, no último Boletim, para 2,2%. A revisão foi motivada pela menor projeção de expansão para esse setor no 3T, de 0,5% para 0,1% na margem.

No 4T, no entanto, a atividade em Serviços deverá voltar a acelerar, dessa vez motivada pelo avanço em setores mais dependentes do ciclo de crédito, como Comércio e Outros serviços.

“Além da política monetária menos contracionista, deverão auxiliar na recuperação da atividade desses subsetores a resiliência do mercado de trabalho, na expansão da massa de renda real (em função do aumento nos rendimentos do trabalho e da redução da inflação) e no aumento nas concessões de crédito em repercussão à queda do comprometimento de renda e inadimplência de pessoas físicas”, disseram os técnicos.

Para o PIB nominal de 2023, a projeção é de alta de 8,0%. Essa variação reflete crescimento real de 3,0% e deflator implícito de 4,9%. Em termos nominais, o PIB deve atingir R$ 10,7 trilhões. Para o PIB per capita, a previsão é de crescimento de 2,4% em 2023, ante 2,5% no Boletim anterior.

PIB em 2024

Para 2024, a projeção para o crescimento do PIB também foi revisada para baixo, de 2,3% no Boletim anterior, para 2,2%. A mudança reflete o aumento das incertezas no ambiente externo em função da eclosão de conflitos geopolíticos; dos riscos relacionados à desaceleração do crescimento chinês; e da perspectiva de manutenção dos juros americanos em alto patamar por mais tempo.

Também repercute a perspectiva menos favorável para a safra do próximo ano após a divulgação de prognósticos para a safra de 2024. Em contrapartida à menor contribuição do setor externo, devem auxiliar na expansão da atividade no próximo ano o crescimento de setores mais cíclicos, beneficiados com a flexibilização monetária em curso. Nesse sentido, a composição do crescimento brasileiro em 2024 deverá ser bastante distinta da verificada neste ano, com maior contribuição da absorção doméstica.Projeta-se desaceleração da atividade agropecuária no próximo ano.

Para o PIB agropecuário, a expectativa de é de crescimento de 0,5% em 2024. Essa estimativa considera tanto os resultados do 1º prognostico da safra para 2024 como o levantamento feito pela Conab sobre a evolução do plantio de algumas culturas agrícolas até meados de 2024.

A atividade na Indústria, em contrapartida, deverá acelerar em 2024. Projeta-se crescimento do setor industrial de 2,4% em 2024.

Serviços deverá apresentar ritmo crescimento similar ao de 2023. Para o setor, a expectativa é de crescimento de 2,2%, taxa similar à projetada para 2023.

Para os anos seguintes, a projeção de crescimento segue próxima a 2,5%.

Inflação

De agosto a outubro, a variação acumulada em 12 meses do IPCA subiu em repercussão à aceleração nos preços de monitorados. A inflação medida pelo IPCA avançou de 4,61% em agosto para 4,82% em outubro, influenciada principalmente pela alta de monitorados, de 7,69% para 9,99%. No caso dos monitorados, o aumento da inflação refletiu a saída dos efeitos de desonerações de combustíveis e energia da base de cálculo.

Pequena parcela da aceleração nos preços de monitorados pode ser atribuída também ao efeito líquido de reajustes nos preços da gasolina e diesel, anunciados em agosto e outubro. Em contrapartida, nesse mesmo período, destaca-se a desaceleração da inflação de plano de saúde, energia elétrica e plano de telefonia fixa.

Para 2024, a inflação projetada passou para 3,55%, ante 3,40% no Boletim anterior. A revisão para cima em 0,15 p.p. reflete ajustes pontuais no cenário de inflação, decorrentes de mudanças marginais nas projeções para o câmbio e para os preços de commodities.

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