Nesta semana, após apresentarem um plano estratégico para crescimento da companhia, as ações ordinárias da Oi (OIBR3) tiveram um recuo radical.
A princípio, desde segunda-feira (19), os ativos acumulam um tombo de 19%. No caso das ações preferenciais (OIBR4), a queda foi menor, registrando 8,4%.
Qual é o problema?
De acordo com os analistas, o maior problema foi a alavancagem financeira (multiplicar o seu potencial de lucro ou prejuízo por meio de uma operação), superior ao que o mercado estava projetando, com uma dívida líquida sobre o Ebitda de elevados 6,6 vezes da nova versão da Oi, sem a InfraCo.
Segundo a Cristiane Fensterseifer, analista da Empiricus, os acionistas previam uma maior sobra de dinheiro, devido à venda dos papéis. “Isso quer dizer que a telecom vai consumir quase todo pagamento da venda de ativos até 2024”, completa.
Da mesma forma, André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos, reafirma a tese citada por Cristiane. Segundo o especialista, o plano de estratégia para o crescimento da companhia vai queimar mais dinheiro do que o estimado. Além disso, deve depender de grandes investimentos em dólar.
Plano estratégico da Oi
A receita da empresa fechou em R$18,8 bilhões no ano passado. Entretanto, vale destacar que a mesma está em recuperação judicial. Posto que, está em fase de restauração, se desfazendo de seus ativos importantes.
O plano estratégico, que traça os anos de 2022 e 2024, destina o foco total à fibra óptica. Portanto, a companhia estima um crescimento anual médio de 31% neste período.
No entanto, a meta da Oi é obter uma receita líquida entre R$ 14,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões até 2024. Além disso, o propósito da companhia é alcançar um total de 8 milhões de moradias até o fim do plano. No primeiro trimestre deste ano, ela registrou, ao todo, 2,5 milhões de domicílios.
Com isso, a receita mensal por residência é avaliada em R$ 94 para 2024. Em suma, na estratégia, a dívida líquida/Ebitda traçado é de R $1,9 bilhão a R$ 2,3 bilhões. Dessa forma, ficaria entre 13% e 15%.