O país El Salvador se tornou o primeiro a adotar o Bitcoin (BTC) como moeda legal. O decreto aconteceu após o Congresso ter aprovado a proposta do presidente Nayib Bukele.
Desta forma, a adoção pelo país latino americano é um marco no mundo das criptomoedas. Mas, fica a dúvida se esse será um caso isolado ou se outras nações vão seguir pelo mesmo caminho.
Como vai funcionar?
Segundo a lei que regula a adoção de Bitcoin, a moeda de referência para as transações é o dólar americano, visto que o país não tem um dinheiro nacional. Assim, a volatilidade é uma das questões que impossibilitariam o uso do ativo. Mas, a expectativa é de que outros países sigam no mesmo caminho, o que tenderia a diminuição da volatilidade.
Além disso, cerca de 70% da população de El Salvador está fora do sistema bancário, entre 15% e 20% do PIB é composta por remessas enviadas de imigrantes que estão em outros países trabalhando.
Mineração
Quanto às problemáticas relacionadas ao consumo de energia necessária da mineração do Bitcoin, o presidente Nayib Bukele afirmou que o país pretende minerar o ativo com um baixo impacto ao meio ambiente.
Assim, por meio de sua conta no Twitter, Bukele afirmou que a estatal de energia geotérmica do país, a LaGeo, deve apresentar um plano para mineração a partir da energia dos vulcões.
Banco Mundial
Mas, apesar da decisão tomada pelo país, o Banco Mundial rejeita a medida e se recusa a ajudar na implementação do Bitcoin (BTC).
O anúncio do banco aconteceu na última quarta-feira (16). Com isso, a instituição alegou causas ambientais e riscos de transparência.
“Embora o governo salvadorenho tenha nos procurado para obter assistência sobre bitcoin, isso não é algo que o Banco Mundial possa apoiar, dados seus problemas ambientais e de transparência”, afirmou o porta-voz do Banco à agência Reuters.
“Estamos comprometidos em ajudar El Salvador de várias maneiras, incluindo na transparência monetária e processos regulatórios”, reportou o órgão internacional.
Adoção em massa
Países como Nigéria, África do Sul e Quênia também podem aderir à regularização, já que estão no ranking de maiores processadores de negociação peer-to-peer (P2P). Então, justamente por ser descentralizada, a tecnologia de blockchain tem ganhado espaço em regiões à margem de grandes centros econômicos.
A presidente afirmou que o Banco Central deve se esforçar e agir rápido junto às mudanças que as criptomoedas estão trazendo. “Não pode ser pego despreparado”, disse Samia.
A Nigéria já foi o segundo país que mais negociou bitcoins em 2020. Ainda no passado, o governo tentou proibir as negociações no país. Porém, em maio deste ano, reverteu as proibições, permitindo que as trades de criptomoedas funcionem de forma legal.
O governo de Quenia já dava indícios que poderia adotar o ativo. No início deste ano, o presidente do Banco Central queniano, Patrick Njoroge, anunciou que a instituição estava considerando usar a criptomoeda como base para o Xelim, a moeda nacional.