ECONOMISTAS EXPLICAM COMPORTAMENTO DO MERCADO APÓS APROVAÇÃO DA REFORMA

5 especialistas do mercado financeiro comentam os impactos na Bolsa e dólar após aprovação da Reforma da Previdência em 1º turno

Após aprovação da Reforma da Previdência na Comissão, a Bolsa opera acima dos 106 mil pontos e dólar cai para R$ 3,76 e economistas e investidores reagem positivamente. O aumento no número de investidores na Bolsa que foi registrado recentemente tende a ser maior com a aprovação, já que a medida visa trazer estabilidade à economia brasileira. O atual recorde da Bolsa demonstra a boa reação do mercado à medida que tramita no Congresso. Ao que tudo indica, a aprovação da Reforma deve ocorrer ainda antes do recesso parlamentar para que o mercado tenha uma melhor reação, já que a aprovação em um prazo menor denota a pressa do governo em tomar as medidas para estabilizar os cofres públicos. “A Reforma da Previdência é só o começo. Logo após virão as privatizações, talvez liberação do FGTs e outras medidas que o Paulo Guedes irá tomar. Esse conjunto vai impulsionar a economia e atrair o investidor estrangeiro”, comenta o Economista-Chefe da PCA Capital, Pedro Coelho Afonso.

O Economista-Chefe da Nova Futura, Pedro Paulo Silveira, prevê alta do Ibovespa e o otimismo em relação à aprovação em segundo turno da reforma previdenciária. “O futuro do Ibovespa abriu com alta de 800 pontos, sinalizando que o mercado está otimista com a aprovação da Reforma em primeiro turno, por 379 a 131 votos”, explica Silveira. Além disso, o Economista-Chefe destaca que os analistas se preocupam com os detalhes a serem debatidos em plenário, mas que isso não impediu a alta. Para ele, o ciclo de relaxamento monetário precisa ser retomado com urgência, independentemente de qualquer aspecto relacionado à Reforma da Previdência, o comportamento dos preços e dos indicadores que sinalizam o hiato do produto indicam que o ciclo de relaxamento monetário precisa ser retomado rapidamente. “A taxa de juro curta, para jan/2020, está saindo a 5,77%, compatível com uma taxa SELIC entre 5,5% e 5,75% no final do ano”, explica Pedro.

Para Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, a aprovação da Reforma em segundo turno, deve gerar efeitos positivos, mas não tão distantes da realidade atual. “Se aprovada em segundo turno antes do recesso parlamentar, já deve baixar o dólar para R$ 3,70 ou menos e a Bolsa deve operar acima dos 110 mil pontos”. Caso a aprovação não saísse antes do recesso parlamentar, a reação do mercado seria negativa, já que a medida é urgente. “O mercado pode reagir muito mal, pois será um mês de recesso parlamentar, um longo período com esse processo em aberto dá a chance de muita coisa acontecer”, comenta. O Diretor de Câmbio aponta ainda que o processo de aprovação em dois turnos não pode aguardar muito, já que o processo na Câmara tende a ser delicado. “A votação na câmara é o ponto mais sensível dessa aprovação, onde mudanças podem ocorrer”.

De acordo Jeffersson Laatus, Sócio-Diretor do Grupo Laatus, a aprovação da Reforma deve atrair novos investidores para a Bolsa de Valores, já que com a Reforma há a promessa de uma fiscalização maior na aplicação do dinheiro público. “Com a Reforma e essa promessa de uma melhor fiscalização, o investidor sente mais segurança nos novos investimentos e sabe por onde começar”. Além disso, a medida deve valorizar a moeda brasileira a ponto de gerar uma grande queda no dólar. “A Reforma não terá grandes efeitos imediatamente, mas o Ibovespa já tem apresentado uma ótima performance, ainda mais quando se fala sobre o atual recorde de 106 mil pontos, a aprovação da medida deve melhorar mais ainda a situação, valorizando o real e gerando uma queda considerável no valor do dólar”, afirma Laatus.

Já para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, a valorização da Bolsa se deve exatamente à tramitação da Reforma e sua aprovação na comissão. “Com a votação em trânsito, a expectativa positiva sobre ela na câmara, a alta se intensificou ainda mais, fomentando a economia e gerando novos recordes na Bolsa”, explica Casabona. Ela acrescenta ainda que a queda do dólar se deve à mesma questão, ou seja, a passagem da Reforma também vai impactar na moeda americana que hoje vem caindo mais em função da economia global e federal. A Sócia-Diretora acredita que após a aprovação da Reforma a Bolsa supere o atual recorde e opere com 130 mil pontos. “Com a Reforma passando, acredito que teremos mais espaço para novos recordes, chegando em 130 mil pontos, mas ainda haverá oscilações até que o índice permaneça estável”, finaliza a Casabona.