Quase todo investidor já passou alguma vez na vida pelo Tesouro Direto. Afinal, este é considerado o investimento mais seguro e tradicional do mercado financeiro. Porém, muitos ainda não sabem que é possível perder dinheiro investindo nele.
A grande promessa desta aplicação é emprestar determinado valor para o governo federal, em troca daquilo que foi investido mais certa rentabilidade. Contudo, se a pessoa não souber como funciona esta modalidade da renda fixa e suas restrições, pode acabar sofrendo um sério prejuízo.
Datas de resgate
A principal dica para investir no Tesouro Direto com pouco risco é prestar bastante atenção nas datas de validade de cada título. Como qualquer investimento da renda fixa, estes papéis baseiam-se em empréstimos que, no momento da compra, possuem um prazo de resgate.
Sendo assim, o investidor até pode retirar a aplicação antes da data, mas não receberá do governo a rentabilidade prometida na hora da compra. Neste caso, a pessoa estará sujeita a marcação de mercado e as variações dos títulos que mudam todos os dias.
Por exemplo, se um indivíduo compra um papel com rendimento de 7% ao ano, mas vende valendo 9% ao ano, ele terá um prejuízo de 2% sobre o valor investido. O mesmo vale para a situação contrária, podendo lucrar com a desvalorização do título.
Imposto de Renda e Custódia
Além do prazo de resgate, o investidor deve estar ciente de todas as taxas cobradas em cima do rendimento dos títulos. Atualmente, a maior parte das corretoras de valores não embolsam sobre este tipo de aplicação. Porém, existem os impostos do próprio governo federal.
Basicamente, o primeiro segue uma tabela regressiva de acordo com o tempo de resgate do investimento. Caso o indivíduo deixe o dinheiro apenas por 6 meses, é taxado um valor de 22,5% sobre o rendimento. Para 0,5 a 1 ano, 20% do lucro, entre 1 e 2 anos, 17,5%, e acima de 2 anos, 15%.
Quanto à taxa de custódia exigida pela B3, equivale a 0,25% ao ano sobre o total investido. Entretanto, esta cobrança não inclui aqueles com até R$ 10 mil no Tesouro Selic.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é o investimento mais básico e seguro da renda fixa, sendo sua rentabilidade calculada com base na Taxa Básica de Juros (Selic). Portanto, o lucro varia bastante de acordo com o valor do índice.
O grande atrativo desta aplicação é a sua liquidez, ou seja, tempo que leva para ser convertida em caixa. Normalmente, o investidor consegue resgatar o dinheiro em até um dia útil. Além disso, como o seu rendimento também é diário, torna-se quase impossível perder dinheiro neste tipo de operação.
Tesouro IPCA
Referente ao IPCA, o principal índice de inflação do país, este título pode acabar prejudicando o investidor caso o mesmo não preste atenção em suas datas de resgate. Assim como todos os investimentos do Tesouro, o sujeito recebe o valor aplicado inicialmente, junto ao rendimento.
No entanto, como a aplicação é determinada por datas como, por exemplo, “Tesouro IPCA 2023” ou “Tesouro IPCA 2026”, é necessário deixar todo o valor até o limite acordado. Ao contrário, a pessoa pode acabar perdendo dinheiro se o título estiver em alta na marcação a mercado.
Tesouro Pré-fixado
Diferente dos investimentos anteriores, o valor de retorno do Tesouro Pré-fixado é visto logo no momento de sua compra. Portanto, o investidor sabe exatamente quanto irá resgatar no futuro.
Por outro lado, caso a retirada seja feita antes da data limite, o prejuízo pode ser bem maior do que o de outros títulos. Portanto, a rentabilidade também irá depender do momento de seu resgate.
Títulos com juros semestrais
A diferença dos investimentos com juros semestrais esta em seu rendimento. Duas vezes por ano, um valor chamado “cupom” é pago para o investidor. Sendo assim, ele consegue obter parte do lucro em mãos sem precisar vender o título.
Todavia, a pessoa deverá pagar o percentual máximo do Imposto de Renda, ou seja, 22,5% sobre o rendimento, toda vez que receber esta quantia semestral.