Dólar sobe a R$ 5,58 com ambiente externo arisco

O dólar fechou em alta contra o real nesta terça-feira (113), com investidores locais retornando de um feriado e repercutindo a força global da divisa norte-americana, em meio a receios sobre os rumos da pandemia no mundo e seus impactos sobre a economia global.

O dólar à vista subiu 0,98%, a 5,5811 reais na venda. A cotação oscilou entre alta de 1,81% (a 5,627 reais) e variação negativa de 0,07% (para 5,5229 reais).

“A cautela dos investidores reflete a divulgação de balanços corporativos nos EUA, as dificuldades de um desfecho nas negociações do Brexit e as notícias sobre a paralisação de testes da vacina de uma grande empresa global”, disse o Bradesco em nota.

Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson informou nesta terça-feira que demoraria alguns dias até que um comitê de monitoramento de segurança avalie os testes clínicos de sua candidata a vacina contra coronavírus, após anunciar que o estudo fora suspenso devido a uma doença em um participante.

A medida preocupa o mercado num momento em que mais países europeus anunciam novas medidas de restrição, em meio ao crescimento de novos casos de Covid-19 por lá, o que pode enfraquecer a instável recuperação econômica.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) até melhorou as previsões para a economia global, mas alertou que as perspectivas estão piorando para muitos mercados emergentes. O Brasil sofrerá queda menos acentuada em sua economia em 2020, de 5,8%, diferença significativa em relação à estimativa de junho, de contração de 9,1%.

Plano doméstico

No plano doméstico, a terça-feira contou com venda de 560 milhões de dólares pelo Banco Central em leilão de moeda à vista, na primeira operação do tipo desde 28 de setembro.

O leilão do BC ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras informou início de uma oferta de recompra de títulos pela subsidiária Petrobras Global Finance, num montante total dispendido de 2 bilhões de dólares.

A recompra dos papéis implica pagamento em dólar aos credores, o que indica fluxo de saída de capital, reduzindo a oferta de moeda no país e, assim, exercendo pressão de alta sobre o dólar.