Desemprego recua 7,9% no segundo trimestre, com queda de 0,6 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre anterior. É a menor taxa para um trimestre encerrado em julho desde 2014, quando foi de 6,7%. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, a taxa caiu 1,2 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje pelo IBGE.
“Esse recuo no trimestre encerrado em julho ocorreu principalmente pela expansão do número de pessoas trabalhando”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio.
Já a população desocupada ficou em 8,5 milhões de pessoas, uma queda de 6,3% em relação ao trimestre anterior e de -3,8% se comparado ao mesmo período de 2022.
Na comparação trimestral, o número de pessoas ocupadas voltou a crescer depois de duas quedas, chegando a 99,3 milhões, alta de 1,3% em relação ao período de fevereiro a abril, com 1,3 milhão de pessoas a mais. Na comparação anual, o crescimento foi de 0,7% (mais 669 mil pessoas), o menor dos últimos 9 trimestres consecutivos de alta.
“Depois da pandemia, tivemos um período de recuperação da população ocupada onde registramos aumentos intensos disseminados pelas atividades. À medida que esse processo de recuperação se consolida, os acréscimos voltam a ser mais influenciados pelas características econômicas e sazonais de cada atividade. Com isso, na perspectiva anual, o crescimento passa a ser menos intenso”, analisa a coordenadora.
Na comparação trimestral, o aumento da ocupação foi puxado pelo grupamento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 593 mil pessoas), Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 296 mil pessoas). Estes também foram os principais altas no comparativo anual.
“No grupo da Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais o que puxou no trimestre foi ganho em educação e saúde, tanto no setor público como no privado. Na comparação anual, a maior influência veio da área da saúde. Já o grupamento de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foi influenciado, no trimestre, pelo segmento de tecnologias da informação e, no ano, pelas atividades administrativas, profissionais e financeiras”, destaca Beringuy.
Demais destaques
A coordenadora destaca ainda a alta em Serviços domésticos, que cresceu 3,1% no trimestre, representando um aumento de 178 mil pessoas. “Esse grupamento vinha de uma queda de 3,3% no trimestre encerrado em abril e reverteu o movimento. Vale destacar também que, em julho, apesar de apenas 3 grupamentos terem mostrado altas significativas, vários interromperam movimentos de queda, como é o caso de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, Construção, Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e Outros serviços”, destaca.
Em julho, cresce o número de empregados sem carteira e no setor público
Por posição na ocupação, em julho, destacam-se na comparação trimestral os crescimentos nas categorias de empregado do setor privado sem carteira (4,0% ou mais 503 mil pessoas) e setor público (2,6% ou 311 mil pessoas).
Já na comparação anual, destaca-se o contingente de empregados no setor privado com carteira, que cresceu 3,4%, representando um acréscimo de 1,2 milhão de pessoas.
O número de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2,5% no ano (menos 637 mil pessoas). Assim, a taxa de informalidade foi de 39,1%, com aumento em relação ao trimestre anterior (38,9%), e queda na comparação com o mesmo período do ano anterior (39,8%).
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