O desemprego fica em 7,7%, queda de 0,3 ponto percentual (p.p.), no terceiro trimestre se comparado com o segundo trimestre. A retração foi acompanhada por apenas três Unidades da Federação (UFs): Acre, Maranhão e São Paulo. Por outro lado, em Roraima houve aumento enquanto as demais UFs permaneceram estáveis.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (22) pelo IBGE, revelou que na comparação com o mesmo trimestre de 2022, quando eram 8,7%, o recuo foi de 1 p.p..
Rendimento médio cresce no Sul e no Sudeste
A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio mensal do 3T23 foi estimado em R$ 2.982, alta em relação ao 2T23 (R$ 2.933) quanto ao 3T22 (R$ 2.862).
As regiões Sul (R$ 3.276) e Sudeste (R$ 3.381) apresentaram crescimento na passagem do 2º para o 3º tri, enquanto as demais ficaram na estabilidade. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2022, houve aumento nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto as demais ficaram estáveis.
Já a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos foi de R$ 292.952 milhões, um aumento tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 285.243 mi), quanto frente ao 3º trimestre de 2022 (R$ 278.942 mi).
Demais regiões
Todas as regiões apresentaram uma tendência de redução na passagem do 2T23 para o 3T23, mas apenas o Sudeste teve uma queda na desocupação estatisticamente significativa, de 7,9% para 7,5%, sendo, portanto, a região que mais contribuiu para a queda na taxa em nível nacional.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o resultado em São Paulo foi fundamental para o resultado nacional do 3T23. “No estado paulista, o desemprego recuou de 7,8% para 7,1%.” A queda no Brasil não foi um processo disseminado nos estados. A maior parte da UF mostra uma tendência de redução na taxa de desocupação, mas apenas 3 estados registram queda estatisticamente significativa, principalmente por conta da redução da desocupação. E São Paulo tem uma importância dado o contingente do mercado de trabalho, o que influencia bastante a queda em nível nacional”, explica a pesquisadora.
Ainda segundo a pesquisa, a população desocupada em São Paulo caiu 8,4%. “É um processo de queda por uma redução na procura por trabalho, com um aumento estatístico na população ocupada na atividade de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas”, detalha Beringuy, citando o setor que teve aumento de 6,4% no contingente de pessoas ocupadas.
Outros dois estados também tiveram queda na desocupação. No Maranhão, a taxa saiu de 8,8% para 6,7%, enquanto no Acre, foi de 9,3% para 6,2%. “Nos dois casos, há um movimento mais robusto, porque além da retração da redução na procura, houve expansão na ocupação. No caso do Maranhão, se deu, principalmente no setor de alojamento e alimentação”, observa a analista.
Por outro lado, apenas em Roraima houve crescimento da desocupação no 3º trimestre de 2023, de 5,1% para 7,6%. Em termos regionais, o Nordeste permaneceu com a maior taxa (10,8%), e o Sul, com a menor (4,6%).
Informalidade
A taxa de informalidade no país foi de 39,1% da população ocupada no terceiro trimestre de 2023. No recorte regional, o Norte (52,8%) e o Nordeste (51,8%) registraram taxa acima da média nacional. Na análise por UF, os maiores percentuais foram no Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55,0%). Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,6%) e São Paulo (31,3%) tiveram as menores taxas.
Já no que diz respeito a taxa de subutilização, a pesquisa mostra que o Piauí (38,4%) registrou o maior percentual no 3º trimestre de 2023, seguido por Bahia (32,8%) e Sergipe (31,8%). Já as menores taxas ficaram com Rondônia (5,3%), Santa Catarina (6,1%), e Mato Grosso (8,4%). Rondônia que, aliás, tem o maior percentual de trabalhadores por conta própria (34%), acima da média nacional (25,5%). A menor taxa neste índice foi registrada no Distrito Federal (19%).
Desemprego recua entre os que procuravam emprego há mais tempo
A PNAD Contínua Trimestral mostrou que os contingentes das faixas com maior tempo de procura por trabalho mostraram reduções na comparação do 3T23 com 2022.
Aqueles que procuravam emprego há mais de 2 anos, a queda foi de 28,2%, saindo de 2,5 milhões de pessoas em 2022 para 1,8 milhão em 2023. Também houve redução na faixa de 1 ano a menos de 2 anos (-14,2%) e na faixa de um mês a menos de um ano (-7,4%). Apenas a faixa de que contempla pessoas que procuram trabalho há menos de um mês apresentou aumento 3,2% (de 1,5 milhão para 1,6 milhão).
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