O conselho de administração da CCR (CCRO3) aprovou ontem (18) a 14ª emissão de debêntures da companhia, no valor total de R$ 960 milhões.
Segundo o Estadão, a operação será realizadas em duas séries, cada uma de R$ 480 milhões, com a segunda enquadrada nas debêntures incentivadas de infraestrutura, com os recursos voltados às obras do Metrô de Salvador.
Debêntures: série e taxas
Conforme o jornal, a primeira série terá vencimento de seis anos e a segunda de oito anos, esta última com atualização monetária pelo IPCA. A remuneração oferecida pelos papéis da primeira série será composta pela Taxa DI mais um prêmio de 2,20% ao ano. Na segunda série, a remuneração será a maior entre a taxa fixa de 4,25% ao ano ou o rendimento dos títulos públicos lastreados em inflação (NTN-B) mais um prêmio de 1,30% ao ano.
CCRO3: 3º tri
A CCR teve forte queda no lucro do terceiro trimestre, uma vez que os efeitos negativos da pandemia foram amplificados com a alta do dólar e maiores despesas com depreciação de ativos perto do fim da concessão.
A administradora de concessões de infraestrutura informou no dia 11 que seu lucro ajustado de julho a setembro, considerando bases comparáveis, foi de R$ 93,3 milhões, queda de 71,9% ante mesma etapa de 2019.
Receita líquida
Por um lado, a receita líquida caiu 10,9% ano a ano, para R$ 2,1 bilhões, uma vez que concessões administradas pela CCR como rodovias, aeroportos e de mobilidade urbana seguiram com níveis de tráfego ainda abaixo dos verificados antes de março, quando medidas de isolamento social foram tomadas.
Na última semana de outubro, o tráfego comparável de veículos nas rodovias sob administração da CCR cresceu ante mesmo período de 2019, o que não acontecia desde março.
“A recuperação nas estradas já voltou, mas em aeroportos e em mobilidade urbana isso só deve acontecer ao longo de 2021”, disse o gestor de relações com investidores da CCR, Marcus Vinícius Vieira.
Despesas no exterior
Outro fator que pressionou a última linha do resultado foram as despesas ligadas a ativos da CCR no exterior, como operações ligadas a aeroportos na América Central e nos Estados Unidos.
Por fim, a CCR teve maiores despesas com depreciação referentes às concessões da Via Dutra, que liga Rio de Janeiro e São Paulo; e a RodoNorte, no Paraná. As despesas de ativos próximos do fim do período de concessão em geral crescem.
O período de concessão da Via Dutra sob a CCR termina em fevereiro próximo. O governo federal pretende levar a concessão do ativo a leilão em abril. A concessão da RodoNorte termina em novembro do ano que vem.
“Estamos famintos para participar do leilão da Via Dutra”, disse Vieira, acrescentando que a empresa pode participar tanto sozinha quanto em consórcio, mas que será disciplinada com sua estrutura de capital. “Se tiver uma modelagem adequada para o leilão, seremos bastante competitivos.”
Leilão
A CCR também se mostra disposta a participar do leilão de um conjunto de mais de 20 aeroportos regionais, que o governo federal deve realizar no primeiro semestre de 2021.
O resultado operacional da CCR medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado no terceiro trimestre foi de R$ 1,26 bilhão queda de 16,5% ano a ano, considerando as mesmas bases.
A previsão média de estimativas compiladas pela Refinitiv para essa linha era de R$ 1,3 bilhão. Não ficou imediatamente claro se os números são comparáveis.
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