Como já se dizia na internet, o Brasil não é para amadores. Essa brincadeira acabou viralizando devido a identificação dos brasileiros em relação aos fatos intensos que ocorreram nos últimos anos,
Só em setembro, aconteceram as manifestações em prol do governo. Em seguida, houve a greve dos caminhoneiros. Como uma das consequências, vimos o Ibovespa, índice mais importante da Bolsa de Valores, cair em cerca de 4%.
Além disso, o país teve uma alta histórica na inflação. Isso que setembro está só na metade. Portanto, depois de todos esses ocorridos e um punhado de coisas anteriores, para onde será que vai a economia brasileira?
Veja a seguir a previsão e a opinião de alguns especialistas sobre a crise política do país e como a mesma afeta as ações listadas na Bolsa:
Gasolina no meio do incêndio
Vários países estão passando por um grau de crise econômica devido aos efeitos causados pela pandemia da Covid-19. Entretanto, o Brasil também enfrenta uma crise política que anda assustando os investidores estrangeiros.
Dessa forma, o cenário para 2022 acabou ficando pessimista. Alguns especialistas afirmam que a taxa básica de juros, a Selic, pode chegar a 10% ao ano. As previsões em relação à inflação também seguem o mesmo caminho.
“Eu acho que a situação não vai melhorar facilmente. Para o investidor grande, existem algumas caixinhas onde ele pode colocar seu investimento, essas caixinhas se chamam emergentes. Dentro dessa caixa, não tem só o Brasil, tem vários outros países. Dessa forma, não tem porque ele ficar só no Brasil se existem outros emergentes”, afirma Bernardo Pascowitch, empresário e financista do Canal Yubb.
“Ou seja, ele olha pro Brasil e diz: poxa, esse país até que tem um risco de retorno interessante, mas eles estão brigando para caramba com política. Eu não vou colocar meu dinheiro nesse país agora. Deixa eles se resolverem, depois eu volto”, completa.
Lados negativos
A crise institucional também mexe no futuro do país em longo prazo, isso graças ao atraso nas reformas. Dessa forma, o Brasil acaba reduzindo-se a uma nação emergente que não é consolidada institucionalmente. Assim, diminuindo as perspectivas de crescimento econômico.
O ambiente incerto também torna a Bolsa de Valores volátil. No que diz respeito a empresas nacionais, elas podem paralisar investimentos e só retornar com um ambiente mais favorável. Um exemplo disso, na prática, são os vários IPOs que adiaram suas estreias devido a um mercado volátil e conturbado.
“Por conta desse cenário econômico, assim como a falta de recursos hídricos, alguns outros ativos, como o dólar, tiveram uma grande procura. Então, essa volatilidade do mercado brasileiro acaba apresentando um novo desafio para os players que atuam economicamente na produção brasileira”, afirma Carlos Mira, fundador e CEO do TruckPad,
No dia a dia do cidadão comum, as incertezas trazem como consequência a alta da inflação, que atualmente registra 9,68% no acumulado de 12 meses. Esse aumento já reduziu o poder de compra dos brasileiros. Portanto, a expectativa é de uma retomada econômica mais lenta e preços de serviços essenciais mais caros, como a alimentação, gasolina e energia elétrica.
Perspectivas mais positivas
Se por um lado, vários aspectos se mostram negativos e apontam para uma economia incerta, por outro, há quem pense que não tem como piorar.
Para Lucas Nogueira, conhecido como Lucas Pit, empreendedor e educador financeiro, em relação às empresas listadas na B3, o poder de investimento e adaptação vai andar de acordo com qualquer que seja o governo instaurado.
Portanto, de acordo com Nogueira, é importante prestar atenção em como as empresas atuam e quais as suas estratégias em épocas de crise e tensão política. Além disso, um clima pacífico ou até mesmo de conciliação entre os poderes é algo essencial para melhorar a estabilidade financeira neste momento.