Confiança da indústria no Brasil deve saltar a máxima desde 2013 em setembro, diz FGV

A confiança da indústria brasileira deve avançar em setembro e registrar o nível mais alto em mais de sete anos devido a melhoras nas perspectivas dos empresários, disse a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (21),

A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de setembro sinaliza avanço de 7,2 pontos, a 105,9 pontos, resultado que, caso se confirme, seria o mais alto desde janeiro de 2013.

Segundo a FGV, “o crescimento da confiança nesta prévia decorre tanto da avaliação positiva dos negócios em relação ao presente quanto do otimismo para os próximos meses.”

O Índice de Situação Atual teve alta de 8,9 pontos na prévia deste mês, a 106,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas avançou 5,5 pontos, a 105,1 pontos.

Sentimento

A melhora do sentimento em relação à indústria brasileira nos últimos meses foi o resultado da flexibilização de medidas de combate ao coronavírus em centros importantes, como São Paulo.

Mas, apesar do relaxamento das restrições pela Covid-19, os casos caseiros da doença já somam mais de 4,5 milhões, com 136.895 mortes.

Renda

O primeiro trimestre da pandemia de covid-19, declarada oficialmente em 11 de março, ocasionou uma perda média de 20,1% na renda dos brasileiros, baixando o valor de R$ 1.118 para R$ 893 mensais.

No cálculo, consideram-se mercados formal e informal e também a parcela de trabalhadores sem emprego.

No período, o coeficiente de Gini, usado para mensurar o nível de desigualdade social, aumentou 2,82%.

Os apontamentos constam da pesquisa Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro, coordenada pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Conforme demonstra o estudo, observa-se que tanto a queda média na renda como o índice Gini atingiram nível recorde quando analisadas variações da série histórica, iniciada em 2012.

Enquanto os mais pobres viram a renda encolher 27,9% – de R$ 199 para R$ 144 -, o impacto foi de 17,5% – de R$ 5.428 para 4.476 -, entre os 10% mais ricos do país.

Os pesquisadores atribuem a queda de mais de um quarto da renda à redução da jornada de trabalho, que foi de 14,34% na média nacional, e a outros fatores, como a própria diminuição na oferta de vagas.

A taxa de ocupação, isto é, a parcela da força de trabalho que possui um emprego, também caiu 9,9%.